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Curiosidade

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jose-narioDesde pequeno que tenho fama de meio lunático. No bom sentido, é claro. Meio “avoado”, como se dizia antigamente, um tanto sonhador. E essa fama tem fundamento. Bastante fundamento. A verdade é que tenho dificuldade com as questões práticas, necessitadas de concentração. Meu pensamento é incontrolável. Viaja livremente, sem barreiras e sem controle.

E minha curiosidade contribui para essa atividade. Tenho grande curiosidade a propósito da aventura humana sobre o planeta e a exploração das últimas fronteiras que ainda barram a humanidade, representadas pelo espaço sideral e seus imensos mistérios.

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Não creio que esteja longe o dia em que conheceremos outras formas de vida, vindas do universo próximo, que estabelecerão contato conosco. Muito embora não haja nenhuma razão prática para afirmar que isso vai acontecer um dia. Da mesma forma, não há nenhum motivo para ter certeza de que não acontecerá.

Com exceção das sondas espaciais, que obviamente viajam sem tripulação, nossa tecnologia ainda não permite que façamos o caminho inverso, ou seja, ir ao encontro dessas formas de vida que certamente existem por aí, escondidas naqueles conglomerados de galáxias que enfeitam nosso universo, visíveis muito claramente por meio dos mais modernos telescópios.

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Como não tenho esperança de viver para ver os primeiros humanos viajando pelas lonjuras do cosmos, alimento grandes expectativas de que os alienígenas venham até nós mais rapidamente. E algo me diz que não demorará tanto assim. Pode até ser que eu ainda esteja por aqui para testemunhar esse grande encontro. Assim espero.

De outra maneira, é óbvio, não os conhecerei. De outra forma não poderei saciar essa minha imensa curiosidade para com o restante do universo. E nem satisfazer essa minha vontade de saber onde estão os outros habitantes dessa imensidão que podemos ver através daquelas imagens maravilhosas, captadas pelos atuais telescópios espaciais.

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No entanto, devo ressaltar, a minha curiosidade maior é saber a razão dessa procura do homem por vida fora da terra. Nosso planeta vem sofrendo muito com a destruição dos recursos naturais e alguns cientistas mais catastróficos, Deus queira que não, dizem que não há mais salvação para ele.

Como ninguém explica direito, outra curiosidade que tenho é: seria por essa razão que estamos procurando outros planetas habitáveis? Ou seja, tão somente para ter uma rota de fuga em caso de colapso total da nossa tão maltratada terra?

Parece que sim. Parece que queremos mesmo é arranjar outro planeta para as futuras gerações destruírem, a exemplo do que foi feito aqui. Porque é esta a principal lição que tiramos do nosso relacionamento com o planeta.

Então, não seria mais natural que procurássemos, ferrenhamente, os meios de salvar nosso planeta? Não seria mais normal que tentássemos, de todas as formas, socorrer o planeta e todos os seus habitantes, ao invés de privilegiar a pequena parte dessa população que um dia poderá, num futuro ainda inconcebível, viajar e viver em outro planeta?

A confirmação da existência de água no planeta Marte, coisa que muitos de nós já sabíamos há bastante tempo, certamente funcionará como catalisador dos investimentos para os sonhos humanos de viver em outras “terras”. E o nosso planeta, com todas as suas mazelas, seus problemas ambientais, suas guerras e seus refugiados, ficará cada vez mais abandonado.

Sabemos que vastas regiões sofrem com escassez de água e alimentos, renegando suas populações ao mais terrível estado de miséria. Mesmo assim, vários bilhões de dólares são consumidos na busca de vida fora do planeta.

Assim fica fácil saber que, na verdade, essa busca não é nada mais nada menos do que a radiografia da nossa existência aqui e do nosso relacionamento com o planeta. Quando uma minúscula parcela da população, com poder aquisitivo para fazê-lo, partir daqui para viver em outras plagas do universo, só ficará por aqui o terrível rastro da nossa passagem, a destruição indiscriminada e o solo arrasado.

*José Nário é escritor, engenheiro florestal, especialista em Informática na Educação, Gestão Ambiental e Educação Inclusiva e autor dos livros “Lelezinho, o pintinho que ciscava pra frente e andava pra trás”, “Lelezinho vai à escola” e “Minha janela para o nascente”.

 

 

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