A terceira reportagem da série com os candidatos a deputado estadual e federal, com domicílio eleitoral em Poços de Caldas, tem como tema política tributária. Imposto de renda, IPVA, Pis/Pasep, Cofins, IPTU, ICMS, IPI. Para tudo que consome, o cidadão paga imposto.
O estado de Minas, de acordo com o site impostometro.com.br, já arrecadou mais de R$ 10,6 bilhões em impostos, de 1º de janeiro a 28 de agosto de 2018. E os números vão subindo. Em 2017 foram 153 dias trabalhados somente para pagar impostos. A arrecadação em Minas representa 7,05% do total arrecadado no país, ficando atrás do Rio de Janeiro (13,78%) e São Paulo (37,39%).
Diante desses números, saiba o que cada candidato pensa a respeito da tributação no estado e quais são as propostas de cada um com relação a este tema.
Deputado estadual
Rose Meire Donizetti (PDT)
Mais de 90% dos impostos pagos em Minas Gerais no ano de 2017 foram utilizados para cobrir gastos pessoais de políticos. Para reduzirmos impostos é necessário cortar privilégios de políticos e reduzir gastos estatais. Apenas assim conseguiremos obter progresso.
Ulisses Guimarães (PTB)
Para falar de impostos temos que refletir sobre o tamanho da ineficiência, do desperdiço de dinheiro público, dos programas equivocados, dos privilégios e o quanto poderemos reduzir os custos para a sociedade mineira. O desafio é reduzir os impostos sem reduzir a prestação de serviços e fazer a sociedade sentir que o imposto pago resultou em benefício para todos. Minas hoje tem um rombo assustador nas contas públicas e será necessária uma profunda reforma que garanta corte de despesas para colocar as finanças em dia e recuperar a capacidade de investimentos do Governo. Estaremos atuantes na Assembleia cobrando e ajudando a fazer uma gestão eficiente como forma de devolução dos altos impostos pagos.
Amauri Barreiro (PMN)
Com carga tributária entre as mais altas do mundo (36,2% do PIB) e sonegação de impostos que chega a 23%, trabalhamos cinco meses do ano para pagar impostos! Uma possível solução será efetivar o IVA (Imposto sobre o Valor Agregado). Temos serviços públicos inadequados em relação ao retorno que deveriam dar pelos altos impostos pagos. Em Minas 90% de toda arrecadação “evapora” com despesa de folha de pagamento, nesta arrecadação está o percentual de transferência obrigatória aos municípios, com atraso principalmente do repasse do ICMS e do IPVA. Temos aqui uma das respostas para a grave crise financeira que nos abate.
Fábio Rocha (PCdoB)
Normalmente ninguém é favorável à cobrança de impostos. Mas não podemos esquecer que é através deles que é possível manter os serviços públicos de saúde e educação, por exemplo. O que não podemos permitir é que os impostos sejam mal aplicados. Deve-se fortalecer os mecanismos de transparência acerca do destino dos recursos arrecadados pelos governos. O povo tem o direito de ter revertido em serviços de qualidade o investimento feito através do suor do seu trabalho.
Regina Cioffi (PHS)
Sou defensora da justiça tributária para diminuir a desigualdade social. A vida acontece nas cidades e o que for direito do município deve retornar aos cofres do executivo no tempo e no percentual legal. Sou contrária ao aumento de impostos, chega de resolver a incompetência da gestão no bolso das pessoas. Fiquei indignada com aumento do ICMS sobre o combustível de 31% em Minas Gerais, o que impactou e muito na vida dos mineiros. Minas Gerais é o único estado do Brasil que paga anualmente a absurda “taxa do Itamar”, mais taxação em cima do IPVA, isso tem que ser revogado. Vou logo no início entrar com o instrumento legal para essa revogação.
Deputado Federal
Gabriel Vilas Boas (PDT)
Minas Gerais tem um dos mais altos impostos do Brasil, incentivar a geração de empregos, atraindo empresas e empreendedores com ações de incentivo, mas também de compromisso das empresas e do estado com as cidades. Criar opções de negócios como agricultura familiar e turismo, desburocratizar o sistema de arrecadação e de aberturas de empresas, e melhor a maneira como o dinheiro é usado é fundamental para a queda dos impostos.
Maria Cecília Opípari (PT)
Minas Gerais é o Estado detentor da 3ª maior economia do país, ou seja, muito se produz e muito se arrecada em nosso Estado. Sendo assim, não defendemos o aumento de impostos. A fiscalização dos gastos públicos será uma das minhas principais batalhas. Vamos trabalhar pela gestão eficiente dos recursos públicos, evitar desvios, desperdício e o mau emprego dos impostos pagos pela população.
Os impostos não podem ser pensados somente em uma unidade da federação. É necessário que haja uma reforma tributária, com a criação do IVA, Imposto sobre Valor Agregado, visando a unificação dos mesmos, eliminando, portanto, a guerra fiscal e os seus malefícios. É inaceitável o aumento dos impostos em Minas, da forma aleatória, como vem ocorrendo neste atual Governo. Aumentar impostos simplesmente para pagar dívidas, sem nenhuma preocupação com a população do Estado, é uma insensibilidade.