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Moradores das margens do Córrego Vai e Volta contam momentos de medo e superação

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Casas às margens do córrego tiveram os muros destruídos.
Casas às margens do córrego tiveram os muros destruídos.

A enchente desta semana causou prejuízo para os moradores das casas próximas ao córrego Vai e Volta, que fica no Centro da cidade. Os muros cederam e a água arrastou geladeiras, máquinas de lavar, móveis e até um carro. Em cada casa há uma história diferente de medo e superação.

Carro foi arrastado e bloqueou o córrego.
Carro foi arrastado e bloqueou o córrego (foto: Camila Bacelar)

A família de Valquíria Aparecida Nicolau mora na rua Rio Grande do Norte e dormia no momento em que a água invadiu a casa. Eles foram avisados por um vizinho, que percebeu a gravidade do problema. “Nós ouvimos um estrondo e o vizinho começou a gritar para sair da casa. Na hora que cheguei aqui fora ele gritou para sair da casa senão a gente ia morrer. A água estava passando por cima do muro e o muro é alto”, lembra.

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Assim que o muro cedeu, a força e o volume da água aumentaram rapidamente. A família se dirigiu para o  corredor de saída, mas o local também já estava inundado e a enchente segurava o portão. Para sair, foi necessário esperar a água subir e pular o muro da vizinha. “Quase que a gente morre aqui, foi por Deus”, conta Valquíria.

Ao lado desta casa, um prédio também teve o muro da garagem destruído. A força da água levou o único carro que estava estacionado e este foi o maior problema. O veículo interrompeu o curso do rio. A água subiu e quebrou a parede da Oficina Hércules, um dos estabelecimentos mais afetados pela chuva.

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Próximas a oficina estão cinco casas, na rua Capitão Afonso Junqueira. Quatro delas nos fundos do terreno, ocupadas e administradas pela mesma família há décadas. A professora Andreia Manzoni, que mora no local desde criança, conta que já houve outra inundação, porém sem graves consequências. Ela lembra que, na noite em que o rio quebrou o muro, ela só pensava em ajudar o vizinho, de 66 anos.

“Comecei a gritar para ele acordar, falei para ele sair no quintal e não abrir a porta, porque a água já estava muito alta. Ele saiu, subiu em um tanquinho, colocou o pé em uma outra mureta e se jogou na janela. Eu puxei ele para dentro da casa do pai, a gente cuidou dele e chamou a família. Se o muro tivesse estourado ele tinha morrido, porque a correnteza estava forte”, relata.

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Em oficina, a água chegou a 1,6m.
Em oficina, a água chegou a 1,6m.

As perdas foram grandes para os moradores próximos. Junto de amigos, familiares e desconhecidos, todos trabalham sem parar com o objetivo de reparar os danos. Neste momento, as doações também são importantes. “Agora precisa mais de produto de limpeza, álcool, repelente, sabão em pó. E estamos precisando de caçamba, porque só uma não vai dar. Fora material de construção, porque condenou a casa lá embaixo”, explica Cristiane Miguel, que também mora às margens do córrego, na rua Barão do Campo Místico.

Na oficina mecânica os estragos foram grandes. A parede destruída pelo rio não foi reparada, mas mesmo assim os funcionários voltaram aos trabalhos. Para José Edilberto, que está ajudando os amigos na oficina, a tragédia poderia ter sido amenizada. Ele se preocupa com a limpeza do rio, que é urgente, já que está ainda mais cheio de entulhos depois da enchente.”Cada um tem que correr atrás dos seus direitos, levantar todo o histórico de protocolos na prefeitura pedindo para limpar, para desassorear o rio, a questão do esgoto irregular e os emissários da prefeitura, que estão comprometidos”.

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