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Tribunal do júri, na manhã desta sexta-feira (29). Foto: Joubert Oliveira

O júri popular dos três médicos de Poços de Caldas acusados de matar Paulo Veronesi Pavesi, o Paulinho, na época com 10 anos, entrou na fase de debates às 16h desta sexta-feira (29). Após ouvir os depoimentos das testemunhas de acusação, defesa e os réus, Ministério Público e advogados fazem a apresentação das teses sobre os fatos.

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A versão do Ministério Público foi a primeira a ser apresentada, durou duas horas e meia e foi defendida pela promotora Ana Cláudia Lopes, acompanhada dos promotores Giovani Avelar Vieira e Renato Teixeira Rezende e dos assistentes de acusação Dino Miraglia Dilho e André Rachi Vartulli.

Na sequência, a defesa apresentou a sua tese. Os advogados Dorio Henrique Ferreira Grossi, representando o réu Silva, Antônio João Chagas e Orlando Pedro da Silva, representando o réu Bonfitto e José Carlos Trinca Zanetti e Thiago Ramalho de Rezende Arantes, representando o réu Fonseca dividem o tempo de duas horas e meia reservados para a defesa.

Após a defesa das teses, Ministério Público e defesa iniciaram as réplicas e tréplicas do debate. Não há previsão para o término do julgamento.

 

Depoimentos

O primeiro réu a depor foi José Luiz Gomes da Silva. O médico respondeu inicialmente a perguntas do juiz e em seguida da promotoria. Os questionamentos abordaram os procedimentos padrões em caso de pacientes com o tipo de traumatismo craniano da vítima, tratamentos que foram aplicados naquela época, exames realizados na vítima durante o tratamento e a constatação clínica da morte cerebral.
O segundo médico a ser ouvido foi José Luiz Bonfitto. O depoimento foi baseado em perguntas semelhantes.

Após pausa para o almoço das 14h às 15h, o médico Marco Alexandre Pacheco da Fonseca prestou o depoimento, que seguiu na mesma linha dos outros réus e terminou às 16h, dando início aos debates.

 

O caso

Estão sendo julgados no 1º Tribunal do Júri de Belo Horizonte, três dos quatro médicos acusados da morte do menino Paulo Veronesi Pavesi, de 10 anos, dentro da Santa Casa de Misericórdia, em Poços de Caldas, em abril de 2000. Estão no banco dos réus José Luiz Gomes da Silva, José Luiz Bonfitto e Marco Alexandre Pacheco da Fonseca.

Os médicos foram denunciados pelo Ministério Público por homicídio qualificado e por remover órgãos ou partes do corpo de uma pessoa em desacordo com a lei, tendo como agravante a idade da vítima, menor de 14 anos.

Decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) remeteu o processo para a capital, após pedido de desaforamento solicitado pelo Ministério Público, sob o argumento de que a população de Poços de Caldas estaria corrompida pelo bombardeio midiático do caso, o que poderia tirar dos jurados a isenção para decidir.

Embargos, recursos e pedidos arrastaram o processo até agora. O STF decidiu em outubro do ano passado pela anulação da sentença que já havia condenado os réus. Assim, os médicos puderam ir a júri.