A equipe da Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde realizou, nesta quinta-feira (13), orientações para os servidores e pacientes atendidos pelo Centro de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) sobre as medidas preventivas com os primatas não humanos (macacos).
Devido à ocorrência destes animais no local, a população acaba alimentando-os, o que atrai os primatas e propicia acidentes com animais silvestres que podem transmitir a raiva.
A raiva é uma antropozoonose transmitida ao homem pela inoculação do vírus presente na saliva e secreções do animal infectado, principalmente pela mordedura. Apenas os mamíferos transmitem e são acometidos pelo vírus da raiva.
No Brasil, o morcego é o principal responsável pela manutenção da cadeia silvestre, enquanto o cão é o principal transmissor em área urbana, representando fonte de infecção importante. Caracteriza-se como uma encefalite progressiva e aguda com uma letalidade de aproximadamente 100%.
Apesar de ser conhecida desde a antiguidade, é considerada um problema de saúde pública. Todos os casos confirmados de raiva humana em Minas Gerais evoluíram para óbito. Para que não ocorram casos de raiva humana ou animal é necessário realizar de forma rotineiras várias medidas preventivas, como:
– Não se aproximar ou alimentar animais silvestres, como macacos, quatis e outros.
– Em caso de adentramento de morcegos, não tocar no animal com as mãos, acionar o serviço de Vigilância Ambiental. Estes são animais com alto potencial de transmissão do vírus da raiva e acidentes com animais silvestres são sempre considerados graves;
– Todas as pessoas envolvidas em agressões de animais transmissores devem procurar o mais breve possível o serviço de saúde.
Tratamento
O tratamento profilático humano é feito com soro e/ou vacina e o número de doses é indicada pelo profissional de saúde e vai variar de acordo com o tipo de exposição e a espécie do animal agressor. É preciso realizar o tratamento completo para que a pessoa se torne totalmente protegida.
Além disso, os primatas, assim como os seres humanos, também sofrem com a doença da febre amarela. Esta doença pode ocorrer tanto no meio silvestre como no meio urbano e os responsáveis por esta transmissão são os mosquitos vetores. No caso da transmissão no meio urbano, o Aedes aegypti é o principal responsável.
Com a entrada dos macacos no meio urbano, aumentam as chances de o mosquito picar o animal, que pode estar contaminado com a febre amarela, e posteriormente picar o ser humano e assim transmitir o vírus.
Casos em Poços
Em Poços foram registrados em 2022 13 casos de acidentes de macacos e em 2023 até o momento foram quatro casos.
As orientações foram realizadas pelas agentes de Controle às Endemias Raquel Aguiar Barbosa e Claudete Martins e atendeu três períodos de pacientes.