Durante os meses de fevereiro e março deste ano, a Cia de Teatro Conscius Dementia levou às escolas municipais Dr. Haroldo Affonso Junqueira, Dona Mariquinhas Brochado, Professora Edir Frayha e Colégio Municipal Doutor José Vargas de Souza o projeto “Circulação Carta ao Meu Corpo”. Os resultados foram além das expectativas, tocando profundamente não apenas crianças e adolescentes, mas também professores, coordenadores, diretores e demais espectadores.
“Carta ao meu Corpo” é muito mais que um espetáculo teatral; é um pedido de desculpas, uma reconexão e uma busca pelo autoconhecimento e autoaceitação do próprio corpo. Em uma sociedade que idolatra corpos magros e musculosos, a mensagem ressoa com ainda mais força. A peça aborda a pressão estética e os padrões irreais de beleza, especialmente para pessoas gordas, e busca promover uma reflexão sobre a diversidade e a aceitação.
Segundo Rafaela Jacon Dutra, atriz e diretora do projeto, a ideia é mostrar que todos os corpos são belos em sua própria essência. Compartilhando sua própria jornada pessoal, ela espera ampliar a discussão sobre a pressão estética e promover mudanças significativas na sociedade. O espetáculo é um desdobramento do projeto “A Gaiola, a Mordaça e a Flor”, que vem sendo desenvolvido pelo grupo desde 2018. Além das apresentações teatrais, o projeto já teve intervenções de rua, oficinas e rodas de conversa sobre questões de gênero e violência contra a mulher.
Diálogo e reflexão
O grupo proporcionou um espaço de diálogo e reflexão ao público, promovendo um bate-papo aberto ao final de cada sessão. Essa interação permitiu que os espectadores compartilhassem suas impressões, fizessem perguntas sobre o espetáculo e o processo de criação, resultando em uma troca valiosa de experiências e depoimentos inspiradores.
Uma aluna da Escola Municipal Dona Mariquinhas Brochado escreveu o seguinte texto e enviou para o grupo: “Seja sua própria amiga. Aceite as suas imperfeições. Você mesma se faz feliz. Preste atenção nas qualidades que você tem, todos temos defeitos, mas não são eles quem nos definem. Tudo tem um propósito. Todos nós somos iguais. O preconceito, as más palavras não importam. Devemos nos amar como somos, pois, temos nossa própria beleza única… Nós somos únicas.”
Arte e transformação
Desde sua estreia em julho de 2022, “Carta ao Meu Corpo” tem ocupado diversos espaços, desde escolas até galerias de arte, livrarias e teatros.
Com essa iniciativa, a Cia de Teatro Conscius Dementia reafirma seu compromisso com a arte como instrumento de transformação social, buscando inspirar e sensibilizar públicos de todas as idades para a importância da aceitação e do respeito ao próprio corpo e ao corpo alheio.
O projeto foi possível graças ao apoio da prefeitura de Poços de Caldas, através do Edital Programação Cultural para a Educação Infantil e Educação Integral da Rede Municipal de Ensino. O suporte dessas instituições foi fundamental para que a Cia de Teatro Conscius Dementia pudesse levar sua mensagem de empoderamento e aceitação do corpo a tantos jovens e educadores. A parceria entre a cultura e a educação se revelou crucial para promover um ambiente escolar mais inclusivo e compassivo.
Serviço
Livre adaptação do texto de Rafa Cappai por Rafaela Jacon Dutra
Direção geral e atuação: Rafaela Jacon Dutra
Atuação e assistente de maquiagem: Gabriela Severini
Atuação, maquiagem e cenotécnica: Danielle Marques
Produção geral: Cia de Teatro Conscius Dementia formada por Danielle Marques, Gabriela Severini e Rafaela Jacon Dutra
Direção de cena e das atrizes na sua montagem, concepção do cenário, figurino, composição musical e voz nas músicas utilizadas: Larissa Garcia “In memoriam”
Cenotécnico (convidado): Diego Pereira
Produção e gravação musical (convidado): Raul Torres Bernardo
Sonoplastia (convidado): Johnny Hansk
Produção executiva (convidados): Andressa Rodrigues e Daniel Silva
Fotos: Sandra Ribeiro
Audiovisual: João Ferreira (Xuão) e Robson Américo (Castor)