Publicidade

Eu perdi minha amiga em um feminicídio. Esse tipo de notícia sempre me abalou, mas nem nos meus piores sonhos eu imaginei viver algo assim. E eu vivi. Sem perceber, eu estava em um relacionamento abusivo.

Meu marido me humilhava, usava nosso dinheiro sem me consultar, era alcoólatra e muito agressivo. Eu tinha 28 anos e estava prestes a me separar de um casamento que era pra ser perfeito. Ainda tentei mais um pouco porque sabia que eu seria muito julgada por tomar essa decisão. Mas não tive medo, eu me separei!

Publicidade

Não vou dizer que foi fácil, mas foi libertador. Eu resolvi desabafar nas redes sociais e fiz um vídeo que viralizou. Muitas mulheres vieram falar comigo e uma delas foi a minha amiga Carol. A gente conversou por semanas, eu tentei mostrar pra ela o quanto ela era incrível e merecia uma pessoa muito melhor do que aquela que estava ao seu lado. Mas eu não consegui! Ele não aceitou o término e tirou ela da gente. Ele levou um pedacinho de mim e de todos que a conheciam.

A violência contra a mulher bateu na minha porta, entrou sem pedir e isso só mostra um problema social que é muito real na nossa sociedade. Enquanto você lê esse texto, uma mulher é assassinada no Brasil. Então, alguém do seu lado pode estar vivendo isso e você deve ajudar. Precisamos falar sobre violência a mulher, precisamos falar sobre Carol Sanches, sobre feminismo e sobre respeito. Decidimos transformar toda essa dor em amor e fundamos o Núcleo de Apoio à Mulher Carol Sanches, onde vamos acolher mulheres que sofrem violência doméstica.

Recebemos mensagens pelas redes sociais e orientamos essas mulheres a saírem da situação de violência, focando em empoderamento e independência financeira. Caso você precise de alguma ajuda, nos chame pelo Facebook (Núcleo de Apoio à Mulher Carol Sanches) e Instagram (@ongcarolsanches).

*Aline Ambrogi é médica veterinária e fundadora da ONG Carol Sanches