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Sementes do Amanhã

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william-oliveiraOs que se consideram ou se auto reconhecem como “esquerdas” (e só uso o termo porque tem gente que adora rótulo) já devem ter percebido que o resultado das últimas eleições no país foi o recado inexorável, intransferível, inegociável de que velhas estratégias não têm mais o respaldo da maioria da população.

Contudo, existem ainda os que se agarram a qualquer possibilidade de permanecerem vivos, muitas vezes respirando com o “nariz” alheio. Assim, aportam o bote a uma causa qualquer e que, no presente momento, tem o nome de “Juventude”, como um “ barco salva vidas”, em meio ao naufrágio oriundo da seca dos sufrágios da representatividade popular.

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Por um lado, realmente é muito salutar que a juventude ocupe seu espaço contra o “Capitalismo Selvagem”, “Fora Temer”, “Contra a PEC 241”, porque, conforme afirmou o jornalista e socialista francês Georges Clemenceau (1841-1929), “um homem que não é socialista aos 20 anos não tem coração e um homem que seja socialista aos 40 não tem cabeça”.  Aliás, deveríamos realmente incentivar a participação de todos os cidadãos, independentemente da sua faixa etária, sexo, gênero, classe social, whatever.

Por outra análise, existe a consciência oportunista de determinados grupos, movimentos e partidos políticos que a juventude (sendo providencialmente genérico) ainda é terreno fértil para plantio de “sementes” ditas como “revolucionárias”, a “favor da “educação”, da “saúde” e do “bem comum”, mesmo que não se saiba lá muito bem o que isto signifique.

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Feitas estas ressalvas, não é de se espantar que muitos agora reclamem, exigem, e proclamem a participação da juventude nos rumos do país. Esta causa politicamente correta é assinada por todos aqueles que defendem a democracia como uma “forma de governo onde o poder é exercido pelo povo”, o que, claro, incluem-se os jovens. Valem, porém, alguns questionamentos.

Por que somente agora se lembraram da juventude? Por que o “silêncio conivente” dos últimos anos? Por que não pediram a participação da juventude na porta das escolas (e não dentro delas) durante o atraso dos recursos do Pronatec, nos cortes no orçamento da educação, nas notas baixas nas avaliações do ensino básico ou mesmo na interrupção do Fies?

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Por que não se comenta sobre os quase 10 milhões de jovens brasileiros (de 15 a 29 anos) que pertencem à chamada “Geração Nem, Nem, Nem”, nem trabalham, nem estudam e nem procuram emprego? Quais serão os frutos gerados por estas “sementes do amanhã”?

Os problemas do país são muitos e a educação e a saúde estão entre aqueles que exigem maior atenção de todos nós.

Mas, seria muito bom, se começássemos a arrumar a nossa própria casa. Ao invés de “Fora Temer” que tal começar por colocar os jovens para melhorar a própria escola onde estudam?

Ao invés de ser contra a “PEC”, que tal incentivar campanhas movidas pela própria juventude contra as drogas que teimam em se instalar dentro das próprias escolas?

Que tal ver como está o “quintal” da educação e da saúde dentro de cada município e gerar internamente a força motriz que pode fazer a diferença? Que tal solicitar a cada jovem que conheça a cidade onde mora, participe das suas transformações, assuma a sua responsabilidade, lute pelos seus direitos e cumpra com suas obrigações?

Sem desqualificar a luta pelos problemas macros do país, o espaço da juventude é verdadeiramente construído no terreno da esperança que fica ali no fundo do quintal de cada moradia, em cada rua, em cada bairro, em cada escola.

É ali, com certeza, que plantamos as sementes do amanhã.

“Nós podemos tudo, nós podemos mais. Vamos lá fazer o que será” (Gonzaguinha).

*O autor é jornalista, professor universitário, escritor, palestrante e consultor de marketing empresarial.

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