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Poços de Caldas

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Urbano mais Humano!

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whatsapp-image-2016-11-08-at-16-41-36O ano é 1818. Um boato e uma urgência transformam um lugar do interior do país em uma saída de cura para um nobre português ainda muito jovem, mas de grande importância para a corte. É a presença do Capitão-General Dom Manuel Francisco Zacarias de Portugal e Castro, fidalgo da mais alta linhagem que, a conselho dos médicos de Vila Rica, vem aos “campos de Caldas” para tratar de seus males usando os salutares banhos sulfurosos e completa relatando em carta a D. João VI, dizendo:

“Volto inteiramente bom. Lá deixei os meus males”

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Começo tentando mostrar a mim mesma o sentido da cidade onde vivo, moro, crio meus filhos e onde me encontro, me reconheço e me entendo. Este trecho acima é parte do capítulo ‘O espaço da cura’, baseado em informações dos livros de Homero Ottoni e Mário Mourão, além de outras pesquisas que estão em minha dissertação de mestrado defendida em 2005.

Nesta série de textos que virão, graças à oportunidade dada por este jornal, esse espaço significa a concretude de um desejo de falar sobre a cidade, e não somente sobre a cidade, mas sobre o lugar das águas que brotam do solo e das nuvens no meio do dia, de surpresa, e que de repente passam! Quase venho a sentir o pingo gelado nas tardes andando de bicicleta…

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Mas, voltando à minha cidade, então me atrevo a pensar alto e pensar o quanto podemos sonhar sobre ela. Ela? Sim, a já intitulada“HIDROTHERMOPOLIS”, com seus plateurs e parques como Bois de BoulogneParis, idealizado por David Otoni em 1905!

Sim, esse pensar a cidade faz com que façamos planos para o lugar que acreditamos ser especial, com belas ruas e encantadoras praças, e principalmente pensarmos no desenho para o espaço das águas virtuosas, ou como Mário Mourão a chamava, a água santa!

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E então, cadê a água? Está nas Thermas? Está na Praça dos Macacos? Mas só lá? Não, as águas estão por todo lado, tampadas, escondidas atrás das casas, hotéis e até mesmo em quintais. Às vezes desvendadas por uma enxurrada que aparece na rua sem nem mesmo ter chovido…

Mas o que me impressiona mesmo é pensar que os espaços de uso público, fundamentais para nosso convívio, para as trocas sociais, aprendizagem e esportes estão sendo implantados, há tempos, como lógica de ocupação adotada por gestores municipais, construindo em cima dos rios! Sim, novamente estamos escondendo o rio, nossas águas. Proponho olharmos para as creches, para as quadras esportivas, para os terminais urbanos. Sim, estão em cima do rio!

Para que nossa cidade não fique tão apreensiva toda vez que chover precisamos ver nossos rios e nossa água: onde estão, como estão, onde nascem.

Acho que é isso, então.Este espaço é para falarmos da cidade, mas não de qualquer cidade. Da cidade das águas, e não da simples água, mas da água que cura e mata nossa sede.

O dia oito de novembrofoi decretadopela Organización Internacional Del dia Mundial del Urbanismo, fundada em 1949, em Buenos Aires – Argentina, pelo professor Carlos Maria Della Paolera, da Universidade de Buenos Aires, comoo dia Internacional do Urbanismo.

Coincidência ou não, no dia 08 de novembro, ou seja, no primeiro dia de uma série de outros textos que virão, comemoramos o Dia Internacional do Urbanismo e a proposta é fazermos um Urbano mais Humano!

Ame a cidade que vive, mas ame olhando-a e desvendando-a. Somente assim podemos ser os donos e responsáveis por fazermos a cada dia uma cidade melhor e mais humana.

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O símbolo, ou emblema, que representa este dia, foi desenhado pelo mesmo criador da data comemorativa em 1934, e simboliza uma trilogia de elementos naturais essenciais à vida humana: o sol (representado em amarelo), a vegetação (representada em verde) e o ar (em azul). Nota-se então uma preocupação com o equilíbrio entre o meio natural e o meio antrópico (urbanizado) nas grandes cidades, numa tentativa de se promover uma maior proporção de espaços livres (verdes), em harmonia com o ambiente construído.

*A autora é doutoranda em Urbanismo pelo programa POSURB da PUC Campinas e Bolsista pela CAPES. Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela PUC Campinas, com Mestrado em Urbanismo pela PUC Campinas, atualmente é professora titular da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

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