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A Secretaria Municipal de Saúde está realizando a estruturação de um protocolo específico para o atendimento da população transsexual. Está prevista a criação de um fluxo de atendimento nos setores da Saúde já existentes e a criação de um ambulatório no novo serviço de referência. A ideia é garantir cuidados especializados, como hormonização e psicoterapia. Diversos setores parceiros da rede devem ser capacitados para contribuir neste processo.

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Para o secretário de Saúde, Carlos Mosconi, a abertura deste ambulatório atenderá a demanda reprimida que existe para este público. “Teremos a abordagem profissional para um seguimento que merece e tem o direito de atenção à sua saúde. Além do local adequado, profissionais capacitados e vocacionados para esta questão, nos dão a garantia da prestação de um bom serviço”.

O serviço está em fase se estruturação, mas já está realizando atendimentos. O ambulatório conta com uma equipe multidisciplinar composta por psicólogo, assistente social, médico, educador físico, enfermeiro, nutricionista e estagiário de psicologia. O atendimento pode ser por encaminhamento da Unidade Básica de Saúde ou diretamente no local. O horário de funcionamento é de segunda a sexta, das 13h às 18h. O endereço é rua Araguaia, nº 259, no Jardim dos Estados.

 

Mês da Visibilidade

Em janeiro, se comemora o mês da Visibilidade Trans. De acordo com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil (Antra), o Brasil é o país com maior número de mortes de pessoas transexuais no mundo. Constantemente essa população se encontra em situação de alta vulnerabilidade, como dificuldade de emprego e ausência de apoio familiar.

Para o psicólogo, Celso Fernandes Patelli, a ação é muito necessária e reforça a posição vanguardista de Poços de Caldas, acompanhando o que há de mais moderno nas políticas de saúde. “Muitas vezes o cuidado da população trans foi negligenciado em razão da sua complexidade. Trabalhando com esse grupo há alguns anos, pude testemunhar o sofrimento vivenciado por essas pessoas e como uma política específica de cuidado pode ser transformadora, repondo a condição de cidadão do paciente e garantindo uma vida digna”.

O Médico de Família e Comunidade, Euclides Colaço, ressalta que o cuidado da pessoa trans vai muito além da terapia hormonal e de abordagens cirúrgicas. “O ambulatório tem um papel de ser mais uma ferramenta para melhorar o cuidado das pessoas transexuais, mas toda a rede de saúde deve saber cuidar, acolher e encaminhar para este atendimento especializado em se detectando uma demanda ou necessidade específica do paciente”.