A Operação Sirius, da Polícia Civil, desarticulou uma organização criminosa com núcleo em Andradas e atuação em todo o Sul de Minas. Até o momento já são 20 pessoas presas e mais R$2 milhões em bens recuperados. O ápice da operação foi neste final de semana, quando foram cumpridos 30 mandados de busca e apreensão e 20 mandados de prisão preventiva.
A atuação da organização na região começou a ser investigada em maio do ano passado, quando o bando agiu na cidade de Divisa Nova. O delegado Fabiano Roberto Mazzarotto Gonçalves assumiu as investigações e fez, ao lado de sua equipe, os levantamentos que culminaram com as operações desencadeadas ao longo de 10 meses.
“A equipe de Andradas se empenhou em solucionar os roubos que estavam ocorrendo na cidade e na região e com o tempo fomos identificando um a um os integrantes da organização, suas funções dentro da organização e deflagramos algumas operações pontuais com a ajuda de policiais de toda a área”, pontua o delegado.
Em uma dessas operações foi possível recuperar uma carga avaliada em aproximadamente R$ 2 milhões, instantes após o roubo em uma propriedade no distrito de Toledo, em Extrema. Nesta ocasião duas pessoas foram presas, entre elas um dos lideres da organização criminosa. O segundo líder da quadrilha, Mike Elias da Silva, foi preso em um ação na cidade de Botelhos após o roubo de uma carga de adubo.
Com os cabeças presos o restante do grupo passou a agir de forma descontrolada e até mesmo fora dos padrões que estavam habituados, inclusive crimes na cidade de Andradas.
Organizada e atuante
O grupo é considerado uma organização criminosa bastante atuante, violenta e bem armada. As ações eram cuidadosamente planejadas, com distribuição de funções. Além de quem pensava e executava as ações, o bando tinha ainda pessoas que davam vazão a esses produtos, comprando por preço baixo ou emprestando o cadastro de produtor rural para venda em armazéns.
“Era uma organização com uma sistemática bastante organizada. São 24 indivíduos, com dois líderes e que trabalhavam com uma espécie de banco de autores, onde era levantado o local do crime e dentro da complexidade da ação eram escolhidos os autores que iriam, de acordo com a disponibilidade e o perfil. Eram também pessoas violentas, que entravam nas propriedades, rendiam as vítimas, as amarrava, cerceavam sua liberdade e ainda chegaram a obrigar as vítimas a fazer o carregamento dos veículos com os produtos roubados”, esclarece Fabiano.
A quadrilha não tinha foco em apenas uma mercadoria, eles buscavam o que era valioso, levando desde confecções, a sacas de café, sementes de milho e adubo, aproveitando para levar os veículos que encontravam nos locais de crime.
Toda essa organização e as ações constantes fazem do grupo a maior organização criminosa atuante em 2016 no sul de Minas. O bando agiu ainda em Pouso Alegre, São Gonçalo do Sapucaí, Campos Gerais e Boa Esperança. Quatro pessoas seguem foragidas e as investigações continuam a fim de identificar todos os crimes e concluir os inquéritos.
Operação Sirius
A operação foi batizada de Sirius em alusão à estrela. Segundo o delegado como todos os trabalhos estavam sendo desenvolvidos primordialmente no período noturno eles se inspiraram na estrela para batizar a operação, aliado ao fato de que Sirius é a estrela mais brilhante do céu sendo vista nos hemisférios norte e sul.