Em uma iniciativa da voluntária Luciana Marinoni, o Leiturinha, maior clube de livros infantis do Brasil, sediado em Poços de Caldas, fez a doação de 2 mil livros para o Projeto Bem Viver, que distribuiu kits para as crianças, e para a Unidade Básica de Saúde do bairro Jardim Kennedy II, que conta com o projeto “Livros têm que circular”, da Academia Poços-caldense de Letras.
A coordenadora do Leiturinha, Cynthia Spaggiari, destaca a importância dessa doação nesse momento de pandemia: “Incentivar a leitura para fazer um mundo melhor! Este é o lema, o objetivo e a missão do maior clube de assinatura de livros do Brasil. Acreditamos que a literatura infantil, além de ajudar no desenvolvimento e na cognição das crianças, também é uma forma de aproximar as famílias, e neste momento de pandemia um conteúdo de qualidade faz diferença dentro de casa”.
Luciana Marinoni conta que a ideia de buscar essa doação junto ao Leiturinha surgiu em uma visita ao Projeto Bem Viver e também ao PSF do bairro Kennedy II. “Conhecendo o espaço disponibilizado para leitura na sala de espera no PSF pensei em uma forma de contribuir, montando uma biblioteca infantil, para que as crianças tivessem acesso a livros. Procurei o Leiturinha e convidei para serem parceiros desse projeto, que ajuda a amenizar os sentimentos de dor e angústia no período de espera para atendimento, e também incentivando o hábito da leitura, uma vez que esta prática é importante para o desenvolvimento das crianças em vários aspectos. Por si só, a leitura aumenta a imaginação, desenvolve a capacidade criativa, promove melhorias na habilidade linguística, trabalha as emoções das crianças, além da redução dos níveis de estresse e as ajuda a aprimorarem suas habilidades comunicativas. Todos esses benefícios terão um significativo efeito a longo prazo, podendo contribuir para o maior sucesso pessoal e profissional da criança. Não podemos pensar que a leitura deve ser obrigação apenas da escola. Essa poderosa prática deve ser incentivada, deixando que os profissionais da educação apenas a aperfeiçoem. Como parte integrante da sociedade, precisamos estar atentos sempre, e contribuir na qualidade de vida de todos. O voluntariado proporciona essa visão sensível as necessidades do próximo”, relata.
Projeto Bem Viver
O Projeto Bem Viver trabalha com fortalecimento de vínculos familiares, atendendo atualmente 45 famílias e aproximadamente 80 crianças. Devido à pandemia de covid-19, o projeto está acontecendo remotamente, através de vídeos e jogos, atendendo as famílias presencialmente duas vezes por semana, na terça e na sexta, quando são distribuídas cestas básicas e um almoço, o “Almoço do Bem”, que acontece toda sexta-feira.
“Essa doação que a Luciana Marinoni conseguiu para nossa instituição através do Leiturinha foi muito importante. Fizemos os kits e distribuímos para as crianças lerem em casa e terem acesso a livros. Isso é muito importante, porque vai colaborar com nosso trabalho, vai colaborar com estada das crianças em casa. Agradeço muito o Leiturinha e em especial a Luciana Marinoni, que foi essa ponte, doando também para o PSF do bairro, o que é muito importante, porque o Jardim Kennedy II é um bairro muito isolado e precisa de muita ajuda”, explica Ivana Lamberti Santos Mantovani, coordenadora da Associação Bem Viver.
UBS Kennedy II
O dr. Euclides Colaço Melo dos Passos é o médico responsável pela UBS do bairro explica a origem do projeto de incentivo à leitura no local. “A Unidade Básica de Saúde é um dos recursos mais utilizados do bairro. Muitas vezes você vê que as pessoas estão ali para conversar. Os vizinhos se encontram, as pessoas ficam na parte de fora, no jardim. Aí pensamos em usar o espaço físico da Unidade para promover alguma coisa mais interessante. Foi quando eu entrei em contato com o pessoal da Academia Poços-caldense de Letras e conseguimos a doação das estantes do projeto Livro tem que Circular. A academia doou alguns livros e a gente estimula que as próprias pessoas do bairro tragam livros e, bem devagarzinho, a gente conseguiu estimular que as pessoas fizessem troca de livros, nós temos uma troca de livros bem grande no bairro e isso tem sido bacana”, conta Dr. Euclides.
O médico salienta ainda que, nesse contexto de pandemia, as crianças estão muito em casa, sem atividades, ainda mais reconhecendo que todas têm acesso digital. “ Elas vêm na Unidade de Saúde para tomar uma vacina, para fazer uma consulta ou acompanhando os pais e acabam levando o livro para casa. A nossa funcionária de higienização da Unidade, a Ecleia, faz essa parte, nós dizemos que ela é nossa bibliotecária honorária, ela limpa os livros, organiza, conserta e carimba com o carimbo do posto de saúde”, relata o médico.