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A greve dos caminhoneiros, que reivindica, entre outras questões, a diminuição no preço dos combustíveis, já começa a ser sentida também na Central de Abastecimento (Ceasa) de Poços de Caldas. Além do baixo movimento na manhã desta-sexta-feira (25), alguns produtos têm alta de preço.

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De acordo com Maurício Donizete Felipe, gerente de abastecimento da Ceasa de Poços, até ontem os efeitos eram mínimos. Mas, conforme ele relata, às sextas-feiras a taxa de ocupação dos módulos não permanentes, geralmente utilizados por diversos pequenos produtores de Poços e região, costuma ser de 95%. Hoje, a taxa ficou abaixo dos 30%. “Até então a gente ouvia muito boato sobre a greve, mas hoje sentimos bem o efeito”, comenta.

Mauricio informa que muitos produtores nem chegaram a colher e outros não liberaram os produtos, com medo dos alimentos ficarem parados na estrada. Desse modo, muitos compradores também estão temerosos de encher o caminhão e não conseguir chegar ao destino.

Com relação aos preços, o gerente salienta que algumas altas já foram registradas. O tomate teve aumento de 75%, passando de R$ 40 a caixa de 22 kg para R$ 60. Já a caixa de 20 kg do pepino subiu de R$ 30 para R$ 40. A batata lavada sofreu o aumento mais significativo, de 88%, com a saca de 50 kg subindo de R$80 para R$150. “Esses preços são da semana de 18 a 25 de maio. E não tem jeito, logo o consumidor já começa a sentir também”, diz.

Sobre a possível falta de produtos, especialmente nas feiras livre, Mauricio reforça que não dá para fazer uma previsão, diante da dinâmica dos acontecimentos e também de cada comprador, já que alguns abasteceram na quarta-feira. “É bem imprevisível, mas do ponto de vista de funcionamento, o Ceasa estará funcionando normalmente”, ressalta.

A Ceasa de Poços de Caldas abastece cerca de 50 municípios do Sul de Minas, entre eles Machado, Andradas, Alfenas, Ipuiúna, Caldas, Campestre e Botelhos.

Supermercados

Nos supermercados a maior preocupação é com os setores de hortifrutigranjeiros, carnes e frios, que possuem estoque menor por serem perecíveis. De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio de Poços de Caldas (Sindicomércio), Márcio Roberto de Oliveira, há relatos de falta de alguns produtos dessa categoria em alguns supermercados. Ele diz que, caso a greve persista, na próxima semana, mesmo que reponha os estoques de segurança, os consumidores poderão sentir falta de alguns perecíveis, pães e congelados.

Márcio diz ainda que a orientação é que não haja repasse de aumento de preços aos consumidores. “Não acatamos fazer nenhum repasse de preço, preferimos até não adquirir produtos com preço mais alto que o valor real de mercado”, anuncia.

O presidente do Sindicomércio ressalta ainda que, mesmo sendo um momento de apreensão,  o sindicato considera legítima a manifestação da categoria. “Respeitamos o direito dos caminhoneiros e entendemos que a reivindicação é necessária, inclusive essa é a posição da Associação Mineira de Supermercados.”