O advogado criminalista Wanderley de Mello assumiu a defesa de Kajany Gabriel de Paula dos Santos, de 27 anos, suspeito de ter matado o próprio pai, o professor Kajany César Moreira dos Santos, de 52 anos. Além de defendê-lo perante a justiça, o advogado pede que a população pare de condenar o rapaz antes do julgamento. Segundo ele, até agora não existem provas concretas, mas apenas indícios.
Wanderley falou sobre o caso em uma entrevista coletiva na sexta-feira (8). “Infelizmente observei uma má interpretação de parte da população. Não tenho provas, nos autos, de que ele tenha cometido esse crime. Sei que ele é possivelmente a pessoa que tenha praticado pelos indícios apontados, mas indício para mim não é prova”, argumenta.
O advogado afirma que constatou dificuldades de interpretação por parte do acusado e por isso vai fazer alguns questionamentos à justiça. “Nem mesmo a autoridade policial afirma que foi ele, eles trabalham com os indícios. No caso da pegada, ele morava na casa; a toalha suja de sangue, ele pode ter se limpado nessa toalha; então a pergunta é: alguém viu o crime? Alguém pode afirmar com precisão que ele cometeu esse crime? Pode ser que ele tenha encontrado o pai naquela situação e circulou pela casa, mexeu com o pai e nas coisas. De qualquer forma, vamos aguardar para ver, não existe prova material de que ele tenha cometido o delito”.
Mesmo antes dos laudos médicos, o advogado já admite a possibilidade de questionar a saúde mental do suspeito. O caso vem recebendo atenção especial, já foi colocado em segredo de justiça e a primeira audiência deve acontecer já nesta segunda-feira (11), na qual a defesa deve pedir que Santos seja transferido do presídio para uma clínica, conforme decisão anterior ao homicídio, que determinava sua permanência em tratamento por conta de um surto, em razão da esquizofrenia. Em razão do segredo de justiça, Wanderley não permitiu que a imprensa tivesse acesso às cópias do processo.
“As pessoas se precipitam, julgam e condenam. Isso não pode acontecer, porque ao meu ver esse rapaz não tinha plena condição de entender o caráter do ato que praticou, se é que praticou. Aguardem a decisão do judiciário”, finaliza o criminalista.