Teve início, na manhã desta quinta-feira (31), o júri popular que vai decidir o destinos dos réus acusados de terem matado a servidora Andréa Araújo Almeida, em janeiro de 2014. Os acusados são o ex-companheiro dela, João Batista do Reis, o João do Papelão, de 58 anos, que seria o mandante do crime, tendo feito contatos com Ednilson Martins de Souza, Paulista, de 40 anos e Liliane Monteiro dos Santos, companheira de Paulista, de 33 anos, para a contratação dos ‘pistoleiros’, Luciano Monteiro dos Santos, o Galego, de 42 anos, e Márcio da Silva Santos, o Negão, de 31 anos. A sessão estava com horário inicial previsto para às 8h30, mas as portas do salão só foram abertas ao público, às 10h40, após inúmeras tentativas da defesa em adiar o julgamento, entre as alegações estava a quantidade de réus.
Os réus Paulista, Galego e Negão chegaram ao fórum em viaturas do sistema prisional, já João do Papelão, chegou em um carro particular, acompanhado de seu advogado, Antônio Sérgio Altieri De Moraes Pitombo. Ele se negou a falar a imprensa e entrou no fórum.
Após alguns instantes da chegada dos réus e de todas as testemunhas, o juiz Robson Luiz Rosa Lima, acompanhado do promotor Wagner Iemini deram início aos processos de abertura do júri. Advogados de defesa apresentaram algumas questões preliminares, na intenção de adiar o julgamento, mas, não conseguiram.
Às 10h40 as portas do salão do júri foram abertas ao público, estudantes de Direto, advogados e populares lotaram o espaço. A imprensa foi proibida de filmar, fotografar e gravar áudios dentro da sessão, com a alegação de que isso poderia levar ao cancelamento do júri.
Salão
Dentro do salão, os populares encontraram um batalhão de advogados sentados atrás dos réus. João do Papelão permanecia com o olhar cabisbaixo, tocando as próprias mãos e, vez ou outra, olhava para os jurados. Negão estava de cabeça baixa e pouco se movimentava. Já Paulista e Galego analisavam os presentes, conversavam entre em si, e pareciam à vontade com a situação. A ré Liliane permaneceu fora do salão por certo tempo.
O corpo de jurados, formado por sete pessoas, e escolhido momentos antes é composto por seis homens e uma mulher. Caberá a eles decidir o destino dos réus.
O júri começou com o depoimento de testemunhas. A primeira a ser chamada foi o delegado João Prata, do Departamento de Operações Especiais (Deosp). Ele presidiu parte do inquérito. A defesa de João do Papelão, pediu que a testemunha fosse desqualificada, por ter interesse pessoal na condenação dos acusados. O pedido foi ratificado pela defesa de Galego.
O promotor solicitou que o pedido não fosse acatado, já que não havia fatos concretos contra a testemunha. O juiz analisou os pedidos e decidiu pelo depoimento do delegado, já que se trata de fato comum e corriqueiro policiais prestarem testemunhos, sem que isso implique em nenhum impedimento.
Com isso deu se início a leitura do depoimento do policial, prestado em outras fases policiais.
O júri segue ao longo do dia e não há previsões para que ele se encerre.