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Um casal poços-caldense viajou três vezes a Ribeirão Preto (SP) em um período de 15 dias para tentar marcar uma cirurgia na filha, de apenas 8 meses, que nasceu com má formação no coração. Segundo a bisavó da neném, Adir Sabrina da Silva, as viagens têm sido realizadas no carro dos pais, que não conseguiram uma ambulância para fazer o transporte da criança.

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“Desde que ela nasceu, eles sabiam que com seis meses ela ia precisar dessa cirurgia, porque tinha dois buraquinhos no coração. Ela foi internada na Upa e depois na Santa Casa, a médica disse que eles iam precisar ir para Ribeirão Preto e eles tentaram conseguir uma ambulância, mas disseram que a Prefeitura não tinha verba para levar e nenhuma ambulância estava saindo da cidade”, explica.

Ainda de acordo com Adir, os pais se ofereceram para cobrir as despesas referentes à viagem, mas não obtiveram nenhuma resposta, o que tem dificultado o tratamento da criança. “Quando ela chegou lá em Ribeirão, a médica disse que se tivessem ido na ambulância da Prefeitura e com autorização do médico que a atendeu aqui, ela já teria conseguido essa cirurgia. Mas como tudo estava sendo feito no particular, era mais difícil”, desabafa.

Nesta segunda-feira (22) os pais viajaram pela terceira vez, depois de conseguir marcar uma consulta na cidade paulista para as 12h. O casal saiu de Poços por volta das 7h30 e não voltou até agora. A bisavó tentou contato com a família, que não retornou as ligações. “Até agora não sei se deu certo, se ela vai ficar internada lá ou se vão voltar e depois ter que ir de novo”, relata.

Secretário Carlos Mosconi afirma que família não procurou a secretaria de Saúde.

Poços Já entrou em contato com o secretário de Saúde, Carlos Mosconi, que nega a versão apresentada pela família da criança. “Liguei para o setor que faz tratamento fora de domicílio e me informaram que não foi solicitado nenhum tratamento para Ribeirão Preto. Liguei então na Santa Casa e disseram que a criança teve alta e não precisa de tratamento fora de domicílio”, afirma.

Mosconi ainda esclarece que o serviço não havia sido alvo de reclamações até o momento.”Só nestes quatro meses, 5.301 pessoas foram transportadas para tratamentos fora de domicílio. Não negamos atendimento a ninguém e não temos recebido nenhum tipo de queixa nesse tipo de atendimento”, finaliza.