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Casal vai aproveitar economia com bebidas para doar alimentos.

Foi na terça-feira de Carnaval, poucas horas antes do início da quaresma, que Bianca Trevizan da Silva, de 21 anos, e João Vitor Carvalho Alvisi, de 18, decidiram fazer uma penitência diferente este ano. Os dois optaram por abrir mão das bebidas alcoólicas durante os 40 dias e usar esse dinheiro para comprar alimentos que serão doados à Paróquia São Judas Tadeu. “Vamos reverter isso em atitudes boas que possam fazer bem a outras pessoas”, explica João.

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O casal, que está junto há três anos, conta que sempre fez penitência de refrigerantes neste período. “Desde pequena, quando eu comecei a entender a quaresma, o que era, o sentido de tudo isso, eu comecei a fazer penitência. Também foi um pouco de influência dos meus pais, porque eu via eles fazendo e queria fazer também. Desde então, sempre busquei cortar alguma coisa que eu gosto e era acostumada a fazer ou comer”, ressalta Bianca.

A jovem comenta ainda que seu jejum nem sempre foi de comida ou bebida. “Às vezes esse jejum pode ser de algum hábito que você tem ou mesmo a decisão de fazer alguma coisa para alguém durante a quaresma para que isso se torne um hábito”. Ela também aproveita para negar que os dois tenham decidido abrir mão do álcool porque bebem demais. “Fizemos isso porque é o que mais tem em festas. Nossos amigos costumam chamar para beber uma cervejinha e tudo mais. É algo que a gente gosta, mas não bebe muito, não”, brinca.

João afirma que fazer a penitência em casal é uma decisão que os ajuda a enfrentar a vontade de ceder e acabar bebendo antes de chegar a sexta-feira Santa. “É muito mais fácil, porque estamos sempre juntos e, além disso, um acaba ajudando o outro a se controlar”, finaliza.

Visão da Igreja

Para o padre Francisco Carlos Pereira, da Basílica Nossa Senhora da Saúde, a penitência deve ser um estímulo para se aproximar de Deus. “A primeira motivação que devemos ter ao assumir fazer uma penitência é nosso desejo de nos aproximar de Deus e do irmão. Assumir a penitência como expressão de caridade e justiça.  E o período quaresmal favorece esta prática. Mas não fica restrita a quaresma.  Toda a nossa vida e em todo tempo devemos fazer penitência”, explica.

Ele também comenta sobre a prática de penitências diferenciadas, como é o caso de Bianca e João. “A igreja vê a prática penitencial com bons olhos e a recomenda a prática dos católicos.  Estas porém de repensar algumas posturas pessoais, hábitos desregrados, eu vejo mais como fruto de boa penitência e propósitos pessoais”, finaliza.