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Escolas foram desocupadas nesta terça-feira (9).

Na manhã desta quarta-feira (9), a Escola Estadual de Ensino Médio do Parque das Nações (Padrão), e as E.E’s. Professor Arlindo Pereira (Polivalente) e João Eugênio de Almeida foram desocupadas em decorrência de uma ordem judicial emitida pelo juiz da 2ª Vara Criminal da Infância e da Juventude, José Henrique Mallmann.

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A decisão surgiu após uma audiência realizada no Fórum de Poços de Caldas com o diretor da Escola Estadual David Campista, Diney Lenon, membros do Grêmio Estudantil Carolina Maria de Jesus e alunos das escolas ocupadas com a intenção de fechar um acordo para desocupação e retorno das aulas regulares.

Na ocasião, a maioria dos presentes foi contrária em firmar acordo e ficou a cargo do juiz tomar a deliberação final. Pela manhã, Mallmann visitou os locais e pediu a liberação imediata das áreas eletivas das escolas. Segundo ele, aqueles que desejam permanecer em ocupação deverão usar as áreas comuns a partir de agora. De acordo com o Fórum, em nenhuma das escolas houve resistência por parte dos alunos.

Estudantes desocupam escola em Poços de Caldas (foto: divulgação).
Estudantes desocupam escola em Poços de Caldas (foto: WhatsApp).

A estudante Thaís Gonçalves, de 18 anos, que não concordou com as ocupações desde o início, iniciou um movimento nas redes sociais e organizou algumas manifestações para o retorno imediato das aulas. Hoje ela comemora a decisão judicial, mas acredita que a situação ainda não esteja resolvida. “Para voltar ao ambiente normal,  com respeito entre os alunos que eram contra e os que eram a favor das ocupações, vai levar um tempo”, diz.

Para ela, a reposição de aulas não funciona tão bem. “Repor não é mesma coisa que ter tido aulas neste período. Principalmente se as reposições forem aos sábados”, finaliza.

Já Ana Julia Custódio Ferri, de 16 anos, participou ativamente das ocupações da Escola Estadual David Campista e da Superintendência Regional de Ensino. Para ela, a lição é de vitória. “Quando a ocupação ainda era uma ideia, não tínhamos noção da repercussão que isso teria. Tudo é diferente lá dentro, todos os dias eram de preocupação, agonia, tristeza e, ao mesmo tempo, felicidade. Tenho certeza que todos os ocupantes amadureceram por isso”.

Ela ainda fala de como fica o movimento contrário à PEC e a MP a partir de agora. “A luta continua, só que agora de outras formas, com protestos, paralisações e outras coisas”.

As aulas da escola Edmundo Cardillo também voltaram ao normal.

Ocupação nas escolas

Os três locais tiveram as aulas regulares suspensas nos dias 21, 25 e 27 de outubro por um grupo de alunos e membros de movimentos sociais que integravam um movimento nacional contra a PEC 55 (antiga 241), que prevê o teto de limite de gastos do governo federal nos próximos 20 anos e a MP 746, conhecida também como reforma do ensino médio.

Ao todo, nove instituições de ensino da cidade e a Superintendência Regional também foram ocupadas por alunos. Todos os locais tinham páginas oficiais no Facebook que postavam diariamente a programação de aulas, palestras e discussões planejadas durante os dias de ocupação.

Destes, os colégios Municipal Doutor José Vargas e as Escolas Estaduais David Campista, Doutor João Eugênio de Almeida e o próprio Polivalente tiveram os exames do ENEM adiados para os dias 13 e 14 de dezembro devido as ocupações.