O daltonismo é um distúrbio visual caracterizado pela incapacidade de perceber certas cores, conhecidas como primárias, que são vermelho, verde e azul, além do amarelo. Em casos raros pode ocorrer a ausência total dessa percepção.
O médico oftalmologista Carlos Aterje explica que o daltonismo é uma condição genética ligada ao cromossomo X, que costuma atingir mais os homens. Estatísticas apontam que cerca de 8% da população masculina é atingida, enquanto somente 1% das mulheres costuma ser portadora do distúrbio.
Também conhecido como discromatopsia ou discromopsia, o daltonismo pode ser dividido em três grupos: a monocromacia, o tipo mais raro, que afeta os três receptores de cores, também chamado de visão acromática, já que os portadores desse tipo de daltonismo só conseguem distinguir o preto, o branco e tons de cinza; a dicromacia, que provoca a redução ou deficiência total de um dos receptores de cor, sendo a mais comum a impossibilidade de enxergar vermelho e seus derivados, fazendo com que a pessoa enxergue tons de bege, cinza ou marrom, e também é possível afetar a percepção de tons verdes; o terceiro tipo é a tricomacia anômala, que provoca a redução parcial de um dos receptores, com mudanças em saturação e contrastes.
Dr. Aterje destaca ainda que, apesar de o distúrbio ser genético, há casos raros em que a condição é adquirida devido a alguma doença ou lesão, como traumatismo, diabetes, glaucoma, esclerose múltipla, tumores cerebrais e alcoolismo crônico. Nesse último, o médico observa que o álcool pode causar uma alteração na mácula ocular, fazendo com que o cérebro do portador deixe de interpretar as cores.
Daltonismo não tem cura, mas a pessoa pode levar uma vida normal, apenas com alguns ajustes na hora de identificar as cores. O diagnóstico geralmente é feito através do teste de cores de Ishihara, método que consiste no uso de cartões com vários pontinhos em tonalidades diferentes. No teste, o paciente precisa identificar o número, letra, ou figura que está situado no centro da imagem. Para pessoas com a visão normal, as figuras são facilmente visualizadas, o que não acontece no caso dos daltônicos.
“Ainda não existe um tratamento efetivo, até há tentativas com óculos e lentes de contato, mas como o problema esta lá na retina, onde se forma a visão, os cones, responsáveis pela visão diurna e a percepção das cores, são danificados nos portadores de daltonismo. A pessoa já nasce assim. A terapia genética está evoluindo e pode haver uma chance disso mudar no futuro, mas tudo ainda está em estudo”, finaliza Aterje.
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