“O Temer vai ganhar. Uma passagem pra sair desse lugar. Não é de carro, nem de trem, nem de avião. É algemado no camburão. Eita Temer ladrão!”, cantava o grupo que, mesmo debaixo de chuva, se reuniu no Coreto da Praça Pedro Sanches na noite desta quinta-feira (18) para protestar contra o governo federal.
A manifestação foi marcada depois que a imprensa nacional divulgou conversas em que o presidente Michel Temer negocia o silêncio de Eduardo Cunha, preso em outubro do ano passado pela Operação Lava Jato, e do senador Aécio Neves, que pedia propina de R$ 2 milhões aos donos do frigorífico JBS.
Munidos de cartazes que pediam eleições diretas, a volta da ex-presidente Dilma Rousseff e a renúncia de Temer, os manifestantes ouviram com atenção as palavras da professora Rosana Mari Silva Faro, que explicou o motivo da reunião. “Depois das delações dos irmãos da JBS, é impossível que o Temer continue na presidência da república e que o senhor Aécio continue na política brasileira. Nesse momento, mais do que nunca, a sociedade tem que ir às ruas pedir o Diretas Já. Não dá para o Maia [Rodrigo Maia, atual presidente da Câmara dos Deputados e sucessor de Temer] assumir. Ele também está envolvido num monte de falcatruas. Nós temos que limpar a política brasileira dessas pessoas que, em nome da moral, do costume, dos direitos, estão achincalhando com a sociedade brasileira”, declarou.
A estudante universitária Bianca Erler também participou do encontro e comentou sobre o escândalo envolvendo Temer e Aécio. “Eu particularmente esperava, mas a população não esperava nada disso, nem do Temer e nem do Aécio. A juventude lutava contra o golpe desde sempre e agora as pessoas veem que nossa luta não foi em vão. A política está se desmascarando”, afirmou.
Por causa do mau tempo, os manifestantes optaram por continuar dentro do Coreto e não fizeram passeata pelas ruas centrais da cidade. Ainda não há informações sobre novas manifestações.