O Palmeirense sempre saía de casa por volta das 16h, vestido com uma das várias camisas que tinha do time paulista. Ele voltava tarde, muitas vezes de madrugada. Foi justamente em uma dessas andanças, na noite de segunda-feira (5), que o aposentado sofreu duas paradas cardíacas, segundo a família. Após ser atendido pelo Samu, ele entrou na ambulância e não resistiu quando passou mal novamente, logo em seguida.
O corpo de Eduardo Edson de Freitas, de 59 anos, foi sepultado na manhã desta terça-feira (6), no Cemitério da Saudade. Nascido em Poços de Caldas no dia 3 de janeiro de 1960, era famoso na cidade, lembrado por andar pelas ruas poços-caldenses e frequentar os pontos de venda de lanches, como a Praça dos Macacos e o Parque José Affonso Junqueira.
A reportagem do Poços Já esteve no velório para entender um pouco mais sobre a vida dele. Gostava de apostar na Mega-Sena, era alfabetizado (havia cursado pelo menos o ensino fundamental completo) e gostava de cozinhar a própria comida, exceto o feijão, que era feito pela sobrinha.
Aliás, ela e o marido eram os familiares mais próximos e vizinhos do Palmeirense. Sem esposa ou filhos, Eduardo morava sozinho e já havia perdido a irmã e os pais. Apesar de ter se aposentado por invalidez, segundo a família por algum problema mental, ele trabalhou como ajudante de padeiro. O dinheiro que recebia da aposentadoria era utilizado nas contas pessoais, para se alimentar e tomar cerveja pelos bares de Poços.
A paixão pelo Palmeiras era sagrada. Ele assistia a todos os jogos, religiosamente, e tinha pelo menos dez camisas do time. Porém, as mais velhas ficavam guardadas em casa. Ele só saía com as melhores. A camisa que ele usava no momento do infarto precisou ser rasgada pelo Samu durante o socorro e, de acordo com a família, infelizmente não havia nenhuma outra que estivesse em condições para vestir o corpo no velório.