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Organizações do sul de Minas enviam documento ao governo federal sobre a mineração de terras raras

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Organizações do sul de Minas enviam documento ao governo federal sobre a mineração de terras raras
Foto: W. Meek/Georgia Tech

Organizações sociais, ambientais e culturais do sul de Minas e região da serra da Mantiqueira lançaram um apelo ao Governo Federal contra os riscos da mineração de terras raras no chamado Planalto Vulcânico de Minas Gerais. O documento, intitulado “Terras Raras e Zonas de Sacrifício – O Planalto Vulcânico pede socorro”, foi encaminhado à ministra de Direitos Humanos e Cidadania Macaé Evaristo. O objetivo é denunciar os impactos ambientais, sociais e geopolíticos da chegada de empresas mineradoras estrangeiras.

Segundo a carta, duas companhias australianas planejam instalar grandes operações de extração e beneficiamento de terras raras em municípios como Caldas, Poços de Caldas, Águas da Prata, Andradas e Ibitiúra de Minas. O faturamento estimado ultrapassaria US$ 12 bilhões por ano, enquanto os orçamentos municipais representam menos de 0,5% desse valor. O que, segundo os signatários, deixaria as comunidades em situação de extrema vulnerabilidade frente ao poder econômico das mineradoras.

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Risco geopolítico e militar

O documento também aponta que parte da produção teria como destino indústrias bélicas dos Estados Unidos e da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), em acordo firmado entre a empresa australiana Meteoric e a Ucore, vinculada ao Departamento de Defesa norte-americano e ao governo do Canadá. Para as entidades locais, esse vínculo ameaça transformar a região em alvo de disputas internacionais, contrariando a tradição pacífica dos municípios.

Impactos ambientais e sanitários

Outro ponto crítico destacado é a área de exploração, que inclui trechos da antiga mina de urânio da Indústrias Nucleares do Brasil (INB). O transporte diário de milhões de toneladas de argila poderia interagir com rejeitos radioativos e metais pesados armazenados no local. Aumentando, assim, os riscos de contaminação da água, do solo e de acidentes ambientais de grande escala.

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As entidades alertam ainda para possíveis licenciamentos ambientais fracionados, que poderiam pulverizar a exploração em dezenas de cavas, prejudicando atividades econômicas tradicionais da região. Como a agricultura familiar, a produção de café vulcânico, a vitivinicultura, o turismo e o uso terapêutico das águas medicinais.

Reivindicações apresentadas

Na carta, os movimentos pedem que o Governo Federal intervenha com medidas urgentes, incluindo:

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Criação de uma mesa de diálogo entre sociedade civil, empresas, ministérios e órgãos reguladores, com mediação do governo.

Apoio financeiro a universidades e organizações locais para realização de estudos técnicos independentes.

Criação de uma Câmara Técnica no Conama para regulamentar o licenciamento ambiental da mineração de terras raras.

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Relatório do Ibama, CNEN e ANM sobre os riscos sinérgicos envolvendo rejeitos radioativos da INB.

Decreto federal proibindo o uso das terras raras brasileiras para fins militares, destinando-as exclusivamente à transição energética e ecológica.

Mobilização social

Mais de 30 organizações assinam o documento, incluindo o Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), o MST Sul de Minas, a Associação Poços Sustentável (APS), a ONG Planeta Solidário, bem como coletivos culturais da região. Para os signatários, a luta não é apenas ambiental, mas também pela soberania nacional, pela paz e pela preservação da qualidade de vida dos municípios afetados.

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Organizações signatárias

  1. Aliança em Prol da APA da Pedra Branca
  2. JUSCLIMA Coletivo Climático
  3. MAM – Movimento pela Soberania Popular na Mineração
  4. Centro de Referência em Direitos Humanos – CRDH SUL
  5. MST Sul de Minas
  6. Associação Ritmos de Pensamentos Educacionais, Ambientais, Artísticos e Culturais (ARP), Caldas
  7. Cia Benedita na Estrada, Caldas
  8. PT de Caldas
  9. ONG Planeta Solidário, Poços de Caldas
  10. Associação Poços Sustentável – APS, Poços de Caldas
  11. Núcleo de Assistentes Sociais de Poços de Caldas e região
  12. Associação Verde Carinho, Poços de Caldas
  13. Marcha Mundial das Mulheres, Poços de Caldas
  14. Coletivo Mulheres pela Democracia, Poços de Caldas
  15. Casa Laudelina de Campos Melo, Poços de Caldas
  16. Escola de Capoeira Angola Resistência, núcleo Poços de Caldas
  17. Centro Cultural Afro-brasileiro Chico Rei, Poços de Caldas
  18. Cia Balafuda, Poços de Caldas
  19. Grupo Rasgacêro, Poços de Caldas
  20. Grupo de Estudos Teatro de Máscaras, Poços de Caldas
  21. Coletivo Fanfarra, Poços de Caldas
  22. Cia Nós de Teatro, Poços de Caldas
  23. TMPC – Teatro Musical de Poços de Caldas
  24. A família bicho, Poços de Caldas
  25. Cia Teatral Mundano, Poços de Caldas
  26. Associação Guardiões da Rainha das Águas – ONG GUARÁ, Águas da Prata
  27. Associação Vereda Cultural, Águas da Prata
  28. SOS Serviço de Obras Sociais de Águas da Prata
  29. Coletivo Kintal da Dita, Águas da Prata
  30. Sociedade Comunitária Renovação e Progresso (SCORP), Águas da Prata
  31. Coletivo Embaúba, Águas da Prata
  32. Associação Nova Cambuquira
  33. Sociedade Amigos do Parque das Águas – AMPARA, Caxambu
  34. Núcleo Agroecológico Terra e Raiz (Natra), Unesp, Franca
  35. Grupo de Pesquisas sobre Meio ambiente, desenvolvimento e crise do capital (GCrise), do CNPq, Unesp, Franca
  36. APAN-FÉ – Associação de Produtores de Agricultura Natural de Maria da Fé
  37. Instituto Sapucaí
  38. Instituto Planeta Plantar, São João da Boa Vista
  39. Cooperativa EITA (Educação, Informação e Tecnologia para Autogestão), Caldas
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