O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Extrativas Minerais de Poços de Caldas e Região (Metabase) afirma que a empresa Curimbaba está descumprindo parte do acordo coletivo da categoria, assinado em maio deste ano. A acusação aconteceu após alguns funcionários, segundo o sindicato, terem sido coagidos a assinar um termo de concordância para alteração do plano médico.
De acordo com Flávio Augusto dos Reis, presidente do sindicato, a empresa comunicou a entidade classista que iria fazer uma alteração na forma de vigência do plano médico, o que seria contrário aos termos do acordo coletivo deste ano. “Fizemos uma contraproposta para a empresa, a fim de proteger o trabalhador, mas a empresa não concordou”, explica.
O caso foi então levado para os funcionários que, em votação secreta, a fim de evitar danos e até mesmo demissões, votaram contra a alteração. No entanto, ignorando a vontade da maioria, 80%, a empresa fez uma espécie de assembleia e alguns trabalhadores acabaram assinando o termo de concordância por medo de perderem o emprego.
“A maioria dos trabalhadores não assinou o termo, mas temos informações de pessoas que se viram coagidas e sentiram medo de perder o emprego e acabaram assinando. As alterações passam a valer já no dia primeiro”, explica Flávio.
Atualmente 40% do plano são custeados pelo trabalhador e 60% pela empresa, sem pagamentos extras para a realização de consultas, exames e internações. Com a nova proposta o valor mensal pago por cada funcionário ficará um pouco mais barato, porém eles terão de pagar R$ 27,20 todas as vezes que precisarem de uma consulta.
A questão afeta cerca de 1,7 mil pessoas, já que abrange não só os funcionários, como também seus dependentes. O sindicato tem tentado reverter a situação e conseguiu marcar uma reunião na terça-feira da semana que vem para tentar resolver o impasse. Flávio explica que vai esgotar todas as medidas administrativas antes de partir para um processo judicial, uma vez que estão ferindo o acordo coletivo, no qual os funcionários aceitaram um reajuste de no máximo 2%, enquanto o restante seria de responsabilidade da empresa.
A reportagem do Poços Já Cidade entrou em contato com a Curimbaba por telefone, mas por enquanto não obteve respostas.