A Polícia Civil está investigando uma fraude aplicada com máquinas beneficiadoras de café. O golpe teria sido aplicado em produtores da região. Foram apreendidas 32 máquinas, por suspeita de terem sido modificadas e desviar até 10% do produto.
De acordo com a polícia, proprietários de maquinário itinerante beneficiador dos grãos estariam adulterando os equipamentos, com o objetivo de desviar parte do café limpo para um compartimento oculto. As ações de combate ao crime já atingiram os municípios de Machado, Serrania, Muzambinho, Alterosa, Nova Resende, Botelhos e São Pedro da União.
Com a apreensão dos equipamentos suspeitos, a perícia tem trabalhado para confirmar a fraude. De acordo com o chefe do 18° Departamento de Polícia Civil em Poços de Caldas, Bráulio Stivanin Junior, no trabalho das equipes de investigação são utilizadas ferramentas de inteligência e diligências em campo para desarticular o esquema criminoso. “Estamos apreendendo as máquinas com suspeita de adulteração e buscando identificar todos os envolvidos. Temos aqui configurado o furto qualificado, cometido mediante fraude, e consideramos também a hipótese de haver uma organização criminosa com atuação na nossa região e também em São Paulo, especialmente na cidade de Franca”, disse o delegado durante coletiva de imprensa realizada em Muzambinho.
Foi em Muzambinho que as investigações tiveram início, ainda no ano passado, no fim da safra, após as suspeitas apresentadas pelo Ministério Público à delegacia. As investigações tiveram resultados como o flagrante, quando as máquinas ainda tinham parte dos produtos desviados em seu interior.
Até o momento, foram encontradas cerca de 600 sacas, o correspondente a 36 mil quilos de café beneficiado de origem ilícita. Somente em Muzambinho foram apreendidas 206 sacas furtadas de uma propriedade de Poços de Caldas e também um caminhão subtraído de São Pedro da União, que estava com placa de outro veículo.
Toda a carga apreendida será depositada em juízo. O valor médio é de R$ 480 por saco, portanto o prejuízo chega a R$ 288 mil. “Temos muitos produtores na região, inclusive de pequenas propriedades, e qualquer desvio causa grande impacto na sua renda anual”, observa o chefe do departamento.