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Palestra reuniu grupo de m mulheres do Corpo de Bombeiros (Foto: Mariana Negrini)

A 1ª Companhia Independente do Corpo de Bombeiros está realizando ao longo desta quarta-feira (08) um evento voltado para as mulheres que atuam na corporação em toda a região. A tenente Diana Wanderley Jhanan Sousa, do Comando Operacional do Corpo de Bombeiros (COB), organizou a celebração, que conta com a presença de 23 bombeiros.

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Dinâmicas de grupos, palestras, visitas técnicas e bate-papo fazem parte da programação que visa valorizar a mulher, não só dentro da corporação, mas em todos os espaços ocupados por ela. Hoje a mulher dentro do Corpo de Bombeiros já é uma realidade, mas ao longo dos anos foi preciso batalhar para que ela pudesse ser inserida e aceita, já que o ambiente sempre foi bastante masculinizado.

Psicóloga falou das questões profissionais e pessoais com o grupo (foto: Mariana Negrini/Poços Já)

“Pensamos em criar um evento para proporcionar às militares do Sul de Minas uma oportunidade de discutirmos o papel da mulher, não só na corporação mas também na sociedade e a evolução disso ao longo dos tempos”, explica a tenente. “Ainda somos em menor número, o previsto já é 10% do total, e ainda assim eles não são completos, embora o Corpo de Bombeiros já tenha caminhado bastante na questão. Já são mais de 20 anos da presença feminina e a cada dia estamos conquistando mais o nosso espaço”, completa.

A intenção é que o grupo volte para suas unidades mais preparado para enfrentar os desafios e até mesmo o preconceito velado, graças às palestras e à troca de experiências.

Soldado Kely observa que hoje não há mais diferenças entre homens e mulheres na corporação (foto: arquivo pessoal).

Em Poços de Caldas o quartel já tem mulheres em seus quadros desde 2010. A soldado Leyde Kely Pizzato foi a primeira a ser designada para a companhia, quando ela ainda era subordinada do Batalhão de Varginha. A vinda de Kely e de uma companheira, que já se transferiu para outra unidade, aconteceu em um momento onde as mulheres ainda ficavam restritas aos grandes centros e a companhia de Poços foi a primeira a tê-las em Minas Gerais, após reestruturar o alojamento.

Kely observa que agora a companhia está melhor preparada para ter uma mulher junto aos profissionais. “Acho que a questão evoluiu, principalmente no interior. Hoje o ambiente é melhor do que há sete anos atrás, quando os meus colegas de trabalho ainda precisavam se adaptar à nossa chegada e acreditar que poderíamos trabalhar de igual para igual. Isso serviu para que a sociedade pudesse ver que a mulher é capaz de assumir profissões até então masculinas”.

A convivência também foi melhorada, já que encontrar um quartel que havia funcionado até então com o efetivo 100% masculino não foi tarefa fácil. “Os colegas tinham receio por não termos a mesma força física, mas consegui demonstrar que não seria tão difícil e hoje não temos mais essa diferença”, ressalta.

O tenente Marcio Grey faz questão de ressaltar que a presença feminina no quartel trouxe benefícios e que receber o evento na companhia é muito importante. “A mulher, seja na organização do trabalho ou da casa, faz toda a diferença. A gente agradece o empenho delas conosco e ressalta a gratificação de tê-las para nos ajudar nessa tarefa de levar um bom serviço a toda a comunidade”, pontua. “Nossos parabéns às nossas competentes militares e a todas as mulheres”, finaliza.