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Grande quantidade de drogas não surpreende a polícia (Foto: Polícia Civil)

Três rapazes foram presos pela Polícia Civil na segunda-feira (20) acusados de tráfico de drogas. Na residência deles foram encontradas drogas sintéticas e pés de maconha.

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A 1ª Delegacia Adjunta de Repressão a Assaltos e Combate ao Crime Organizado (DRACO) vem trabalhando no caso há cerca de dois meses, após notícias de um grupo envolvido com o tráfico de drogas, cujos principais clientes eram usuários com alta renda ou grupos.

O primeiro alvo da operação foi o empresário LHS, de 26 anos, denunciado diversas vezes. A equipe passou a realizar diligências e campanas na residência do suspeito, que fica na rua Adolfo Fantosi, e nos locais de trabalho: um escritório situado à rua Prefeito Chagas e um estabelecimento comercial da rua Rio Grande do Sul.

Os investigadores descobriram que o empresário não agia sozinho, ele era auxiliado por um morador da travessa Pedro de Castro Souza, bairro Country Club, posteriormente identificado como ARRF, de 29 anos, estudante. A função deste comparsa era armazenar as drogas, enquanto LHS buscava parte do entorpecente para a venda/entrega a usuários. Os dois são naturais de Caconde (SP).

Cumprimento dos mandados

Dinheiro e contabilidade foram apreendidos (Foto: Mariana Negrini)

“Com as filmagens e as provas conseguimos quatro mandados de busca e apreensão e realizamos uma nova campana nas imediações da residência do bairro Country Club. Quando a equipe visualizou o estudante deixando a casa e se dirigindo as proximidades do Corpo de Bombeiros e aguardou até que o veículo Saveiro, sendo conduzido pelo empresário, se aproximou e ele embarcou. Assim que eles arrancaram foram abordados pela Polícia Civil, sendo apreendidas com ele certa quantia em dinheiro (R$ 2.150,00) e aproximadamente 40g de haxixe”, explica Hernanni.

O haxixe estava disposto em dois invólucros com as inscrições do peso. Os policiais ainda apreenderam dois celulares e um molho de chaves, que deu acesso à casa do estudante, onde foram realizadas buscas. Na casa estavam LAO, 19 anos, e DFS, 28 anos, que estavam em um dos cômodos da casa, utilizado como estúdio de tatuagem. Com eles nada de ilícito foi arrecadado, sendo que LAO disse que estava no local para fazer uma tatuagem com DFS, morador do imóvel.

No andar superior, foram abordados M.M.P, 24 anos, morador do quarto, M.A.G.A., 28 anos e M.A.S.V., 24 anos. “Eles estavam fazendo uso de um cigarro de maconha com haxixe. Nas buscas pessoais foram encontradas uma bucha de maconha e uma porção de haxixe com cada um deles”, explica Hernanni. “M.M.P. confirmou que era morador da casa e em seus pertences foram encontrados 60 comprimidos de esctasy”, acrescenta.

Os outros dois que estavam no cômodo confirmaram que estavam no local para usar e comprar drogas, e que haviam adquirido com o universitário. Ainda foi apreendido com M.M.P um celular e mil reais em dinheiro.

Os policiais questionaram o universitário sobre a presença de mais drogas na casa e ele indicou seu quarto, onde em uma caixa de sapatos guardava toda a droga, cerca de dois quilos de cocaína, 150g de haxixe, 150g de maconha e alguns pés de maconha, que ficavam na varanda do quarto e em uma estufa artesanal, fabricada pelos próprios suspeitos, além de 25 micro-pontos de LSD. As drogas estavam fracionadas e traziam inscrições de 10, 20, 50 e 100g.

Ainda de acordo com o delegado os pés de maconha foram todos germinados na residência. Os autores teriam comprado sementes da planta pela internet, cultivado em estufa e em seguida transferido-as para os vasos.

Os policiais apreenderam ainda pela casa uma balança de precisão e quatro atestados médicos em branco, com carimbo e assinatura atribuídos a um médico, material para embalagem da droga, R$ 497 e cadernetas com anotações. Segundo ARRF as anotações são referentes ao tráfico. Uma das anotações foi realizada em folha timbrada do escritório de engenharia de LHS.

“ARRF assumiu ser o responsável pela guarda de todo o material, sendo que o dono seria LHS, o qual pagaria suas despesas junto à casa como forma de retribuição, e quando eventualmente, realizava alguma entrega de drogas a usuários, LHS lhe pagaria R$ 20,00”, explica o delegado.

Já o empresário, LHS, negou qualquer responsabilidade pela droga apreendida na residência de ARRF, dizendo que apenas ia adquirir as porções de haxixe que estavam em seu carro.

As diligências policiais seguiram, tendo os policiais ido até a casa do empresário onde apreenderam encontraram L.L.F., 29 anos, morador do local, sendo arrecadado com ele três porções de maconha e uma de haxixe. Ele assumiu a responsabilidade pelo entorpecente, dizendo que seria para consumo próprio, tendo adquirido a maconha “na rua” e o haxixe de LHS.

No quarto de um terceiro morador da casa, que está hospitalizado, foram encontradas quatro buchas de maconha. No quarto do empresário foi arrecadado um caderno com anotações, possivelmente de outra contabilidade do tráfico.

Dois mandados ainda foram cumpridos nos estabelecimentos comerciais de L.H.S., onde nada de ilícito foi arrecadado.

Todos os suspeitos foram encaminhados para a delegacia, três deles foram autuados em flagrante por tráfico de drogas, os usuários foram liberados. O empresário e o universitário ainda serão indiciados por associação ao tráfico.

Tráfico de elite

O tráfico praticado pela dupla LHS e ARRF pode ser considerado de elite, já que eles não trabalham com porções de varejo tradicionais. Assim, o foco eram usuários com maior poder aquisitivo ou grupos.

“Na forma que o entorpecente foi apreendido ele não estava embalado para a venda ao varejo, a porção mínima de cocaína tem 10g, o que nos indica que não se tratava de uma ‘biqueira’ e sim que eles atendiam usuários diferenciados, inclusive economicamente” pontua o delegado, que vai continuar as investigações a fim de identificar possíveis fornecedores e outros suspeitos.

Hernanni conta que a quantia de drogas encontrada não surpreendeu a equipe, uma vez que as diligências já apontavam para um comércio significativo e de diversos tipos de substâncias.

Participaram da operação os investigadores Joel, Milan, Matildes, Douglas, Lucas, Marcos Paulo, Romualdo, Juventino, escrivão Aram, supervisionados pelo delegado regional Sérgio Elias.