Em setembro de 2015 a professora do curso de Arquitetura e Urbanismo da PUC Poços de Caldas, Adriane Matthes, deu uma entrevista ao Poços Já na qual alertou sobre os riscos de uma enchente na cidade. No dia 19 de janeiro deste ano, o cenário previsto por ela tornou-se real. Uma forte chuva alagou as principais ruas do Centro e causou inúmeras perdas a moradores e comerciantes.
Passados aproximadamente nove meses desde o ocorrido, voltamos a conversar com a arquiteta para saber como ela avalia o cenário atual. “O que eu estou vendo é uma questão extremamente complexa. Eles precisam fazer esse ‘destamponamento dos rios’. As famílias e empresas que estão em cima dos rios precisam ser retiradas”, disse.
Segundo Adriane, a possibilidade de novas enchentes ainda é grande. “Claro que pode acontecer de novo. É o lugar da água. Hoje de manhã mesmo teve uma chuva forte e o pessoal do meu WhatsApp me chamou dizendo ‘o rio aguentou mais uma vez’. Isso é só porque a drenagem do solo está muito seca, os rios estão absorvendo, a hora que isso estiver esgotado, ele vai transbordar. É natural”.
Ela também aproveitou para falar da situação do Jardim Kennedy, na Zona Sul, onde várias enchentes ocorrem no período de chuvas. ” O Kennedy foi uma área doada e não podiam ter doado, porque lá é área ambiental. É uma área frágil ambientalmente e recarga de aquífero. A gente não vai ter mais água potável em Poços. Isso já está acontecendo, em alguns bairros todos os dias à tarde falta água. Por que? Porque a gente tem uma ocupação, uma impermeabilização de toda área que era para abastecer o lençol. Então agora está completamente concretado, asfaltado, com piso, a água não entra e não faz a recarga”, finaliza.