Há quase um mês foi implantado oficialmente o estacionamento rotativo da Zona Azul na região central de Poços de Caldas. Inicialmente com o preço único de R$ 2 para o tempo máximo de 1 hora para cada vaga, o novo sistema gerou reclamações entre os comerciantes da cidade e a população em geral. O tempo máximo de permanência foi estendido e, hoje, os motoristas podem deixar seus carros nas vagas por até 2 horas pelo mesmo preço.
Para Márcio Roberto de Oliveira, presidente da Associação Comercial de Poços de Caldas, não tem havido muitas reclamações dos comerciantes desde que o sistema da Zona Azul passou o tempo mínimo para 2 horas. “Toda mudança gera uma reação. Algumas favoráveis, outras contrárias, mas no geral a avaliação é boa. Quando se via aquele volume enorme de automóveis parados no centro, o pessoal não estava consumindo. Eram os próprios comerciantes que estacionavam no Centro e tiravam as vagas dos clientes”, afirma Oliveira.
O presidente da associação ainda comentou sobre o aumento do tempo mínimo nas vagas. “Evidentemente que, em um universo grande de empresários, tem um ou outro que não gosta e não entende. Mas a posição da Associação Comercial é de que o estacionamento tem que ser rotativo. Se não for rotativo, o cliente não anda, não faz compras. Passar para duas horas foi uma solução boa. A maioria do comercio aprova sim”.
Segundo o secretário da Defesa Social, Luis Carlos Lima, a hora adicional acrescentada também vai valer para as zonas 2 e 3, quando forem inauguradas. “Na zona 2, o tempo mínimo vai ser de 3 horas e, na zona 3, de 4 horas. Todas pelo mesmo valor de dois reais. A previsão é de que a zona 2 seja inaugurada no início de agosto e, a zona 3, em setembro”.
Comerciantes
Alguns comerciantes aprovaram a nova mudança. Niceas Bárbara Suriano trabalha em uma loja de brinquedos e variedades na rua Rio de Janeiro e não notou tanta diferença no movimento. “Acho que foi pior para restaurantes ou lojas em que a pessoa tem que ficar um tempo maior para decidir a compra ou pesquisar preço”, afirmou a vendedora.
No entanto, ainda é grande a quantidade de lojistas insatisfeitos. Fernanda Grama possui um comércio de roupas e calçados na rua Assis Figueiredo e achou que o movimento da loja caiu muito desde que a Zona Azul começou a funcionar. “Muita gente entra na loja e já sai correndo para não passar da hora. Pode ter melhorado para algumas pessoas porque gera vaga, mas para muitos prejudicou. O movimento caiu muito mesmo, tem até menos pessoas circulando nas ruas”, afirmou.
Victória, vendedora de uma loja de chocolates na rua São Paulo, também não aprovou o novo sistema de estacionamento. “O fluxo de carros e o movimento de pessoas aqui é bem menor, com certeza. Você vê muita vaga disponível o tempo todo. Aqui ainda temos o privilégio de ter uma vaga de carga e descarga em frente à loja. Se alguém quiser parar o carro com pisca alerta ligado, é mais fácil. Mas qualquer outro lugar que não tenha, caiu o movimento com certeza. Muita gente está reclamando sim, eu acho que a maioria da população não está satisfeita com o estacionamento rotativo. Principalmente para o comerciante que vem trabalhar de carro e não tem onde deixar, fica trocando de vaga e ainda gasta muito dinheiro”, afirma.