O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou sete suspeitos por organização criminosa com participação de adolescentes e lavagem de dinheiro, além de requerer multa para redes sociais, como o Facebook. Os denunciados foram investigados na operação Hydra, da Polícia Civil, e criavam sites falsos para vendas de produtos.
A estimativa é que 15 mil pessoas tenham sido lesadas em 22 sites diferentes. Segundo a denúncia da 6ª Promotoria de Justiça de Poços de Caldas e as investigações da Polícia Civil, os denunciados informavam aos clientes que trabalhavam com dropshopping, mecanismo de venda em que o comerciante on-line não dispõe de estoque, mas encaminha o pedido a um revendedor, normalmente da China, motivo pelo qual o prazo de entrega pode chagar a três meses. Eles recebiam os valores, efetuavam parte das entregas e geravam recibos que eram copiados e usados para esconder o restante das entregas que não eram feitas.
Quando recebiam reclamações, desativavam o site de vendas e criavam outro, repetindo o mecanismo de ação. Com o aumento do volume de vendas, passaram a usar laranjas, cooptando usuários de drogas, moradores de rua e familiares para usarem os dados deles na abertura de contas, pagando entre R$ 300 e R$ 3.000. Em menos de um ano, os denunciados movimentaram mais de R$ 4 milhões, apesar de não terem fonte de renda e se declararem isentos do pagamento do Imposto de Renda. Para dissimular a origem do dinheiro, eles criaram empresas e investiram na compra de carros de luxo.
O grupo patrocinava publicações nas redes sociais para impulsionar as vendas, atingindo consumidores de todo o país. O MPMG requereu também a aplicação de multa diária às empresas até que informem os valores recebidos para impulsionamento dos sites falsos. Apenas no Facebook, segundo o relatório de investigação, foram aplicados R$ 106 mil.