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A Polícia Civil desarticulou um esquema de distribuição de anabolizantes, em Poços de Caldas, com a prisão em flagrante de dois homens, de 33 e 37 anos, e a apreensão de mais de 700 frascos de medicamentos, avaliados em R$ 230 mil, além de uma pistola, uma espingarda e várias munições.

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Produtos apreendidos valem cerca de R$ 230 mil (foto: Polícia Civil)

Na última quinta-feira (3), a polícia recebeu a informação sobre uma entrega de medicamentos que seria realizada por uma empresa de transportes, no bairro Jardim São Paulo. Durante monitoramento, policiais flagraram a entrega de um pacote na recepção de uma loja de informática. No interior do embrulho foram encontrados 50 frascos contendo 230 comprimidos dos medicamentos oxandrolona e oximetolona, anabolizantes fiscalizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Durante a abordagem, o proprietário do estabelecimento afirmou que apenas recebia a encomenda e que, para isso, ele ganhava o valor de R$ 50, pagos via Pix. Ainda segundo o homem, quando o pacote chegava, um mototaxista ia buscar a encomenda, sem que ele soubesse outros detalhes sobre o embrulho. Além disso, o homem relatou ter realizado esse mesmo procedimento em outras oportunidades, sendo contatado por um telefone com prefixo 011.

Os policiais aguardaram a chegada do mototaxista ao local e o abordaram no momento em que entrava na loja. O homem afirmou aos policiais que foi acionado pela empresa para a qual trabalha com a instrução de buscar a encomenda e entregá-la no bairro Maria Imaculada.

O endereço indicado é um apartamento, onde a Polícia Civil encontrou mais frascos e ampolas com anabolizantes, além de remédios para emagrecimento que estavam sendo separados em kits. O morador do imóvel descreveu a dinâmica criminosa.

Foram apreendidos diversos pedidos faturados que seriam enviados para Minas Gerais e outros estados, entre eles São Paulo, Rio de Janeiro, Tocantins e Pernambuco. Além dos anabolizantes e das armas, a polícia ainda apreendeu materiais utilizados para a confecção dos kits, como caixas de papelão, plástico bolha, algodão, etiquetas e fitas, entre outros.

Esquema criminoso

Conforme apurado pela Agência de Inteligência, uma empresa de São Paulo ficava responsável por contatar estabelecimentos comerciais em Poços de Caldas, acordando o encaminhamento de encomendas via serviço postal. Quando o pacote chegava ao endereço combinado, um mototaxista retirava o produto e o encaminhava até o endereço onde funcionava a central de distribuição. No local, eram montados kits com diversos tipos de anabolizantes e remédios para emagrecimento, de acordo com o pedido enviado pela própria empresa paulista, com despachos para todo o Brasil.

A rede de distribuição possuía frascos e etiquetas próprios. Assim, medicamentos manipulados em farmácias e fármacos de diversos laboratórios eram alocados nos kits, em evidente adulteração de produto. Toda a logística era coordenada pela empresa paulista, desde impressora, cartucho de tinta e papel, até o faturamento do pedido.

De acordo com as investigações, não há indícios de venda no varejo na cidade de Poços de Caldas, já que o objetivo era não chamar a atenção para a operação.