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A Polícia Civil de Minas Gerais apresentou hoje (4) a conclusão do inquérito que apurou a queda de parte de um cânion em Capitólio, em 8 de janeiro. A conclusão é que a causa foi um “evento natural”, mas a polícia indica medidas que podem evitar novas tragédias.

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Dados do inquérito foram apresentados em coletiva

O inquérito foi arquivado, pois as provas não apontaram responsabilidade criminal. “Não foi verificada nenhuma ação humana específica que tenha provocado a queda da rocha”, declarou o delegado regional de Passos, Marcos Pimenta.

A Polícia Civil encaminhou, aos órgãos e instituições responsáveis pelo licenciamento ambiental e fiscalização da região, um ofício com as medidas que podem levar mais segurança aos turistas, moradores e trabalhadores locais. “Tudo poderia ter sido evitado. Hoje sabemos que há necessidade de termos um estudo de mapeamento do movimento de massa, mas seria muito leviano outorgar o piloto. Há necessidade de mudanças das nossas leis para que esses estudos de mapeamento geológico sejam implementados e tragam mais segurança”, comentou o delegado Marcos Pimenta.

As sugestões são as seguintes:

_ Realização de mapeamento de todas as zonas de risco (movimento de massas) por geólogos e/ou outros profissionais especializados no ramo e sua demarcação em campo e planta;

_ Redução no número de embarcações nos cânions, que deverão apenas contemplar o local, em velocidade baixa e sem uso de aparelho sonoro;

_ Implementação do selo de identificação nas embarcações;

_ Identificação de todos os turistas que utilizarem embarcações, sendo que o controle/ cadastro deverá ser armazenado/disponibilizado nos respectivos píeres;

_ Uso obrigatório de colete salva-vidas em toda a represa e capacete na região dos cânions e áreas semelhantes;

_ Maior integração entre os órgãos/ instituições responsáveis pela concessão e fiscalização de empreendimentos turísticos;

_ Proibição de passeios turísticos na região quando houver comunicação de advertência pela Defesa Civil;

_ Fortalecimento das fiscalizações de engenharia, geologia e ambiental;

_ Exigência de estudo de risco e respectiva contenção para os empreendimentos turísticos;

_ Efetiva participação de Furnas e da concessionária Nascentes das Gerais na adoção de medidas preventivas de segurança.

Causas da queda

Durante o inquérito a Polícia Civil contou com o perito criminal Rogério Shibata. Após as analises, inclusive de local, ele concluiu que alguns pontos foram importantes para a queda da rocha.

A presença de material argiloso na base da rocha que caiu e a erosão causada pela água que cai da cachoeira são os principais. “A causa para o tombamento do bloco de quartzito ocorrido está relacionada ao processo natural de remodelamento de relevo, processo comum em toda região do cânion de Capitólio”, acrescentou o perito.