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As medidas de distanciamento social aplicadas em Minas Gerais têm conseguido atrasar a propagação do coronavírus e evitar a sobrecarga da rede de saúde no estado. É o que se pode inferir, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), com a nova projeção para a curva epidemiológica de casos da Covid-19. Em coletiva à imprensa, o secretário de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, explicou que as estimativas da semana passada apontavam uma demanda de cerca de 5,5 mil pessoas acometidas durante o pico da epidemia, o que foi reduzido para cerca de 4,2 mil, segundo o estudo atual.

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“Já distanciamos o pico para o dia 27 de maio. O cidadão tem respeitado o distanciamento e se isolado. Isso trará benefício para toda a sociedade”, disse Amaral. A ocupação de leitos, em geral, por pacientes suspeitos para covid-19, está em torno de 4% no momento.

As informações foram divulgadas na última quinta-feira (16), em entrevista coletiva virtual concedida na Cidade Administrativa, também com a presença do secretário adjunto da SES-MG, Marcelo Cabral.

Planos e ações

Na oportunidade, o secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, também anunciou a inclusão do laboratório do Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico (Nupad), da Faculdade de Medicina da UFMG, à rede de laboratórios públicos que farão testes para detectar a doença.

Amaral ainda apontou que, neste momento, a SES-MG está finalizando a elaboração dos Planos Macrorregionais de Contingência para a Covid-19.

“Nesses planos teremos definidos quais hospitais vão atender apenas pacientes de covid-19 e quais serão aqueles que vão atender as outras necessidades de saúde. Isso é importante, por exemplo, pois se a pessoa precisou ir ao hospital por outro motivo, ela não estará submetida a risco adicional para contrair a doença. Além disso, teremos protocolos sobre coleta de exames e outras especificidades no manejo clínico”, esclareceu.

Também foram abordadas outras ações do Governo do Estado para articulação e organização de esforços para enfrentamento da epidemia. “Criamos os comitês de crise, que são integrados pelas Secretarias Municipais de Saúde, e o Comitê Estadual da Covid-19, que reúne os secretários de Estado, para que tenhamos convergência institucional para essa situação de emergência”.

Carlos Eduardo Amaral ainda adicionou que a SES-MG, desde janeiro, tem mapeado os leitos existentes na rede estadual, e que o Plano Estadual de Contingência já se encontra na segunda atualização.

Equipamentos

Outro esforço do Estado lembrado pelo secretário é o de ampliar a oferta de ventiladores pulmonares e equipamentos de proteção individual, contando com o apoio da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), além do recrutamento de pessoal para fortalecer a equipe de profissionais de saúde da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig).

“Em relação aos leitos, nós temos o entendimento de que, neste momento, devemos fortalecer as estruturas já existentes, tanto nos chamados leitos clínicos, que recebem pacientes que precisaram procurar por serviço hospitalar, mas que não estão com quadro tão grave, bem como a terapia intensiva, para os pacientes com as condições de maior risco. Isso não afasta a possibilidade de o município tomar suas medidas, ou fazer hospitais de campanha, por exemplo, dentro da autonomia que eles possuem”, disse Amaral.

Cautela

Em relação às possibilidades de retorno de atividades não essenciais, o secretário adjunto da SES-MG, Marcelo Cabral, apontou que ainda não são factíveis para o momento e que todas as medidas nessa direção serão embasadas por critérios técnicos e científicos.

“Flexibilização ainda não é realidade. A solução incontroversa é o isolamento e distanciamento social. A epidemia nos impõe uma situação em que haverá distanciamento por algum tempo, ainda que com grau de menor intensidade. De todo modo, temos interlocução constante junto à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), para termos dados e, de forma segura, possamos indicar o que pode retornar ou não”.

O secretário adjunto também mencionou que aqueles que compõem os grupos de risco em relação à covid-19 terão atenção constante. “É uma tendência que exista esse distanciamento para proteger pessoas dos grupos de risco. Precisamos ter cuidado com essa parcela da população”, reforçou.

Cabral ressaltou, ainda, que o governo tem orientado suas ações por base em cooperação e que haverá, nos próximos dias, por exemplo, medição de temperatura para os passageiros de transporte intermunicipal, como forma de monitoramento e controle da transmissão.