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Poços de Caldas (MG) registrou aumento significativo no número de casos de sífilis. De acordo com o Centro de Referência em IST/AIDS e hepatites virais do município, em 2016 foram registrados 40 casos no serviço. Já em 2017 foram 130.

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Segundo a enfermeira e coordenadora do setor, Dirce Hara Soares, o aumento da infecção foi percebido não só no município, mas também em nível nacional. O que chama a atenção é que em Poços há vários casos também em adolescentes, entre 16 e 17 anos de idade. “Houve um aumento significativo de sífilis, que a gente fala que é uma infecção que está ressurgindo, pois ela é bem antiga. O aumento foi geral, mas entre adolescentes também foi percebido e consequentemente há também a sífilis da gestante e a sífilis congênita”, explica.

Com esses números, a Secretaria de Saúde, através do Centro de Referência em IST/AIDS e hepatites virais, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, criou o projeto ‘Vestindo a camisinha da educação’. O programa tem como foco a prevenção e tem sido realizado em escolas da rede municipal de ensino, entre alunos do 8º e 9º ano, na faixa etária de 14 e 15 anos.

A proposta é levar palestras que abordam as principais infecções sexualmente transmissíveis, os sintomas, diagnóstico, tratamento e o principal: a importância do uso do preservativo. “A partir dos dados do aumento das infecções a gente pensou que deveria trabalhar para orientar esse jovens para que eles realmente tenham consciência de que as infecções estão ali e eles precisam se prevenir. A forma de transmissão da sífilis é basicamente sexual então a gente percebe que as pessoas não estão se protegendo. Por isso a gente pensou em trabalhar nas escolas, para quando nossos jovens chegarem na fase adulta tenham essa consciência da importância da proteção”, destaca Dirce.

A sífilis congênita recebe atenção da equipe do centro de referência. A coordenadora destaca a importância do pré-natal, para que a infecção seja diagnosticada logo no início e se inicie o tratamento, que alcança a mãe e a criança.  A sífilis congênita pode trazer sérios comprometimentos, já que o bebê pode nascer com déficit neurológico e ósseo e a infecção ainda pode causar parto prematuro e aborto.

“Temos  a sífilis congênita, que é nossa grande preocupação. A sífilis tem várias fases que podem comprometer a saúde do bebê, por isso é importante começar o tratamento antes do nascimento”, comenta.

As palestras do projeto ‘Vestindo a camisinha da informação’ já tiveram início e seguem por todas as escolas da rede municipal de ensino.

Remédios são distribuídos gratuitamente pela Secretaria de Saúde (foto: Tatiana Espósito/Poços Já)

Sífilis

A sífilis é uma infecção causada por uma bactéria e é transmitida através da relação sexual sem o uso de preservativo. Muitas vezes a pessoa tem contato com a bactéria, mas não apresenta sintomas. De modo geral, a doença apresenta quatro fases. A primeira normalmente apresenta lesões nos órgãos genitais ou na cavidade oral, que desaparecem espontaneamente e por vezes nem é percebida pelo portador. Já na segunda fase, costumam aparecer marcas pelo corpo, como se fosse uma reação alérgica, e algumas pessoas apresentam outros sintomas também, como ínguas, dores musculares e mal-estar.

Esses sintomas também podem desaparecer sem tratamento. A terceira fase, chamada de fase de latência, é assintomática e tem duração variável. Depois disso vem a quarta fase, que pode surgir de dois a 40 anos após a infecção. É considerada mais crítica, já que pode haver comprometimento neurológico, cardíaco e ósseo.

O tratamento da sífilis é feito basicamente através de antibióticos. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar as fases da doença. O uso da camisinha é a melhor forma de prevenção e deve ser utilizada em todas as relações sexuais.