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O Diretório Acadêmico do Curso de Psicologia da PUC-Poços realiza um ato de repúdio à liminar de um juiz federal por entenderem que ela tira o direito de homossexuais. O ato está marcado para às 10h na própria instituição de ensino.

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No último dia 15, a seção Judiciária do Distrito Federal (DF) acatou parcialmente o pedido liminar de uma ação popular que dá margem para o uso de terapias de “reversão sexual”, que permite que psicólogos possam tratar gays e lésbicas como doentes, sem que possam sofrer sanções do CFP (Conselho Federal de Psicologia). A decisão foi tomada pelo juiz federal Waldemar Cláudio de Carvalho, após ação de psicólogos favoráveis a esse tipo de terapia.

“A liminar abre brechas para a patologização da homossexualidade. É uma liminar que altera parte da resolução 001/99 do Conselho Federal de Psicóloga (CFP), a qual veda a utilização de técnicas de redesignação de sexualidade por psicólogas e psicólogos em todo o território nacional. Esta resolução, em suma, despatologiza qualquer forma de expressão da diversidade sexual, uma vez que a ciência psicológica há muito, através de estudos, comprova que o ser humano é complexo em todas suas formas de expressão e, através do seu desenvolvimento e de um processo de identificação, o sujeito constrói sua sexualidade e sua identidade de gênero”, explica Paula Montenegro, Diretora de Administração Acadêmica do Diretório Acadêmico Eros&Psiqué e estudante do curso de Psicologia. “Nesse sentido, percebe-se que toda e qualquer voz que contrarie ou cerceie as várias formas de expressão de sexualidade, gênero ou afetividade são motivadas por discursos repressores, religiosos ou baseados em falácias e não em comprovações científicas acerca do fenômeno da sexualidade. Assim sendo reforça-se que a sexualidade humana é um dos processos de maior abertura do homem e ao munir-se da tarefa de reconhecer as várias formas de afetividade enquanto legítimas, nós enquanto representantes de uma parcela consciente de estudantes de psicologia da Pontifícia Universidade católica de Minas Gerais Campus Poços de Caldas, afirmamos a necessidade da psicologia se comprometer com as transformações sociais dos últimos séculos, sobretudo no que tange as práticas afetivas, uma vez que a psicologia enquanto ciência reconhece que o homem não é um ser meramente biológico, mas é atravessado por dimensões psicológicas, sociais, culturais e históricas”, acrescenta.

Paula destaca que o ato será um momento de reflexão e articulação política a fim de dar visibilidade para essa pauta.

A decisão espantou muita gente e rapidamente as redes sociais foram tomadas por questionamentos e indignações. O ato vai ter início às 10h com a concentração de pessoas no gramado do pátio 1 e será seguido por uma oficina de estêncil e a apresentação de uma esquete teatral.

O ato é voltado para os estudantes, mas também estará aberto ao público.