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Thiago Alexandre, cabeleireiro e maquiador, ainda está se recuperando do susto que viveu na última sexta-feira (1). Ele foi atingido por uma pedrada enquanto conversava com um amigo no Parque José Affonso Junqueira. Para ele, o único motivo para a agressão é a homofobia.

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Thiago foi apedrejado na cabeça. (Foto: Arquivo Pessoal)

O maquiador conta que havia dado uma volta pelo encontro de carros DKW, que acontecia no local, e entre às 18h30 e às 19h, estava conversando com um amigo atrás do Palace Casino, quando foi apedrejado na cabeça. “Só senti a pancada da pedra no meu rosto. Devo ter desmaiado. Não me lembro de muita coisa”, explica.

Thiago foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), passou pelo médico, fez suturas e teve alta. A orientação médica é de que ele evite esforços. Foi por este motivo que o maquiador ainda não procurou a polícia para registrar o caso, mas assim que estiver melhor, pretende fazer, mesmo sem ter muita informação sobre quem foi o agressor.

Para ele não há duvidas, o crime foi por homofobia. “Não existe outro motivo. Não mexi com ninguém, acredito que não tenho inimizades em Poços. Voltei pra cá tem pouco tempo, estava morando em São Paulo, então não vejo motivos para ser violentamente atacado, a não ser por conta da minha opção sexual”, relata.

O susto pela agressão e pela covardia ainda está entre os sentimentos da vítima, mas isso não o impediu de expor o caso. Pela sua página no Facebook, ele agradeceu o atendimento médico recebido na UPA e reforçou durante a entrevista. “O médico que me atendeu foi muito atencioso e carinhoso com meus ferimentos, o que é raro acontecer”, ressalta.

Ferimentos são externos e internos, de acordo com a vítima. (Foto: Arquivo Pessoal)

Thiago acredita que dar publicidade ao caso pode ajudar outras pessoas a se prevenir. “Acho injusto as pessoas terem de se sentir culpadas pela violência que passamos. Como se fossemos obrigados a nos sentir responsáveis pela violência alheia. Isso foi um ato de muito ódio. Eu poderia ter morrido com a pancada. Infelizmente quem tem que aprender a superar essa dor e esse constrangimento sou eu e minha família”, relata. “Me senti um lixo,  um bicho que poderia ter sido descartado como se não tivesse valor nenhum, por isso resolvi me expor, para que outras pessoas tomem mais cuidado”, acrescenta.

O maquiador sabe que o trauma vai demorar para ser superado, embora não será esquecido, depois disso ele pretende voltar a fazer o que ama, desde seus 16 anos. Ele relata, que hoje, com 30 anos, não esperava viver isso, mas o carinho que tem recebido vai ajudá-lo a superar.

Para finalizar, as palavras de Thiago não são de raiva contra quem o atacou, mas de incentivo e esperança contra a homofobia. “Peço que pessoas parem, que se coloquem no lugar do outro.  Respeito vem de berço, mas o ódio do ser humano é revoltante. Só desejo amor, só isso”.