Desde a manhã do último sábado (10), a confeiteira Thamiris Cobbos está sem água na casa em que mora com o marido e a filha, no bairro Parque das Nações, Zona Sul de Poços de Caldas. De acordo com ela, a situação é recorrente. “Quase todo fim de semana passamos por isso, com cortes que chegam a mais de 12/24 horas, e, quando a água volta, vem em uma situação deplorável. Muitas vezes suja”, reclama.
A situação fica ainda mais complicada porque atrapalha o serviço. “Eu e minha família trabalhamos com bolo. Eles são feitos na casa dos meus pais, no Conjunto Habitacional. Mas, por falta da água, além de termos gasto o que havia na caixa para entregar as encomendas, tive que trazer serviço para a minha casa. Ontem trabalhei com dificuldade, pois é muito difícil lidar com falta de água. Principalmente se você trabalha com coisa comestível. Tive que redobrar os cuidados com os materiais”, explica.
De acordo com o Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE), ocorreu o rompimento de uma adutora na entrada do bairro Jardim Kennedy. “Logo que o DMAE ficou sabendo, porque não é algo que dá para ser previsto, encaminhamos uma equipe para ajustar o problema. A questão é que aquela área é uma região de mangue, o terreno é muito estável e acaba cedendo por qualquer coisa. O DMAE tinha colocado um muro de contenção debaixo da terra, para evitar que, cedendo o terreno, a tubulação fosse atingida. Só que, com o passar do tempo, vão acontecendo alguns impactos , fruto da passagem de caminhões e da própria questão da bomba que vem sendo ligada e desligada”, explica o assessor de comunicação do local Wiliam de Oliveira.
Segundo Wiliam, a equipe de serviços tentou realizar o conserto da tubulação no local, sem precisar mexer no muro de contenção, para evitar falta de água nos bairros. Mas isso não foi possível e, no domingo (11), os funcionários do DMAE voltaram ao local às 6h30. “Por volta de 11h, o problema já estava solucionado, mas até encher todos os reservatórios, até que se possa nivelar as bombas para voltar a ter pressão e levar água para todas as residências dos bairros da Zona Sul, até que se faça manobras para melhoria e limpeza da água, porque, às vezes, ela vai suja no primeiro momento, demora um certo tempo. No final da tarde de domingo, vários bairros já tinham a situação normalizada”, finaliza.
Ainda de acordo com o DMAE, alguns bairros estavam sem água ainda na manhã desta segunda-feira (12). O órgão informa que a situação é normal e a água deve retornar em breve.
Caixa Dágua
Em janeiro deste ano o Poços Já questionou o diretor do DMAE, Antônio Roberto de Menezes, sobre as maiores dúvidas da população e ele informou sobre a falta de água nos bairros. “Existe uma diferença muito grande entre falta d’água e desabastecimento. As pessoas confundem. Elas ligam muito no nosso 0800 e dizem: ‘Eu estou sem água’. Você vai na casa dela e tem água no reservatório interno que o DMAE exige que todos os imóveis tenham e que ele seja suficiente para o consumo de um dia. O que acontece é que, às vezes, a pessoa tem aquela torneira ligada direto na rua e fica sem água, mas tem água para banho, higiene pessoal, para cozinhar. E, certamente, antes que essa água termine, o sistema vai estar restabelecido. Para consertar uma rede, tenho que fechá-la. Só que nenhuma dessas atividades do DMAE demandam mais do que seis horas. Porque só depois de seis horas sem entrar água nas residências é que o Ministério das Cidades considera falta d’água. Até aí é um pequeno desabastecimento”, explicou.
Menezes ainda informou que a determinação é que as pessoas mantenham um caixa d’água com pelo menos 500 litros em casa. “O que exigimos é um mínimo de 500 litros. E, pelos nossos cálculos, 500 litros dão para quatro pessoas passarem um dia. Inclusive, nesse volume que é considerado per capita de água de 150l/habitante dia, está inclusa a lavagem de roupas”.