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Prisão aconteceu em Perdões. (Foto: PRF)

Foi preso durante a noite do último domingo (11), em Perdões (MG), o homem acusado do ‘Crime do Saco Preto’. A prisão de Vantuir Gabriel Dias foi realizada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).

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O crime bárbaro aconteceu em Poços de Caldas e teve repercussão nacional. Funcionários da limpeza pública encontraram, no dia 25 de maio de 1989, sacos de lixo com 18 pedaços de um corpo humano, espalhados por várias partes da cidade.

Vantuir estava em um ônibus abordado na BR-381, por volta das 20h. Os agentes da PRF consultaram o sistema informatizado e descobriram que contra ele havia um mandado de prisão expedido pela justiça de Poços de Caldas. Ele foi encaminhado para a 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Lavras (MG), onde foi ratificada a prisão. Agora o sistema aguarda a transferência dele para Poços de Caldas.

O crime

Em maio de 1989 a polícia foi surpreendida com a notícia do encontro de sacos pretos pela área central de Poços contendo partes de um corpo humano. As partes foram recolhidas, mas ficaram faltando cabeça, pés e mãos.  As investigações apontaram que a vítima era um homem de 25 anos, identificado como Geraldo Caetano de Jesus.

A dinâmica do crime teve início um ano antes, quando Geraldo foi absolvido da acusação de ter matado Walmir Gabriel Dias, em Conceição do Pará (MG). Vantuir, irmão de Walmir, não ficou satisfeito com a decisão e jurou vingança, afirmando que iria ‘fazer picadinho’ de Geraldo.

Em 22 de maio de 1989 a família de Geraldo registra seu desaparecimento do município de Santana do Prado, distrito de Pitangui (MG). Na ocasião testemunhas disseram que três homens em um Opala teriam obrigado o jovem a entrar no carro e, desde então, não se tinha notícia de seu paradeiro.

Três dias após o desaparecimento as partes do corpo foram encontradas rua Padre Henry Mothon, bairro São Benedito, perto do Espaço Cultural da Urca e depois na avenida João Pinheiro. Familiares da vítima estiveram em Poços e reconheceram os restos mortais.

Vantuir foi preso em junho, em Belo Horizonte, e assumiu toda a culpa pelo crime, isentado outros dois suspeitos. Mas as investigações apontaram que o executor do crime foi Luiz Coutinho dos Santos, contratado por Vantuir.

Com as novas provas, Vantuir mudou seu depoimento e disse que a execução aconteceu em Ribeirão das Neves e que o corpo encontrado em Poços não poderia ser dele. Em 1994 a ossada foi exumada e transferida para o ossário do cemitério de Belo Horizonte. Na época não existiam tão facilmente exames de DNA, motivo pelo qual não há material para que se comprove a identidade da vítima.

Passados anos do crime, em 2012 o processo foi a júri popular. Vantuir e Luiz Coutinho receberam pena de 19 anos, dois meses e 12 dias de reclusão, cada um. Ambos os acusados puderam recorrer à sentença em liberdade, mas Vantuir desapareceu e foi decretada sua prisão.