Jorlan Eduardo Cabral Luiz, de 18 anos, foi apresentado pela Polícia Civil na manhã desta quarta-feira (19) como autor de uma tentativa de homicídio ocorrida em 11 de março. Ele disse que só agrediu a vítima Abner Moíses Pereira, de 28 anos, com uma barra de ferro, porque foi ameaçado. O desentendimento aconteceu em razão de uma dívida.
O suspeito confessa as agressões e alega que no dia do crime a vítima foi até a casa dele cobrar uma dívida de R$ 800 referente a uma moto. Ele teria respondido que não tinha dinheiro e que só receberia na sexta-feira, o que gerou o desentendimento. “Ele pegou a cadeira e veio pro meu lado, na minha casa. Queria me agredir, aí peguei uma barra de ferro dentro de casa e dei duas nele, na cabeça”, conta.
Ainda segundo o autor, ninguém separou a briga e ele foi para casa. Mas a versão apurada pela Polícia Civil, por meio da 3ª Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRACO), é diferente e conta com uma testemunha.
“A vítima foi socorrida em estado grave para o hospital e durante as investigações encontramos uma testemunha que presenciou toda a ação criminosa e que afirma, que além dos golpes na cabeça, o autor teria desferido um golpe enquanto a vítima já estava desacordada no chão e só parou as agressões depois da intervenção de terceiros”, explica o delegado Cleyson Rodrigo Brene.
O caso aconteceu em Poços de Caldas, no bairro Santa Rita. A Polícia Civil agora apura a origem da dívida. “Apreendemos o aparelho celular do autor do crime, onde constam conversas com a vítima, para que possamos esclarecer a motivação. Além da dívida de moto temos uma segunda linha de motivação que é relacionada a drogas. Pelas conversas entre eles há uma interpretação possível neste sentido, mas ainda precisamos ouvi-los para confrontar as versões”, pontua o delegado.
O delegado afirma que a testemunha não mencionou nada sobre a tentativa de agressão com uma cadeira. “O testemunho, que é muito contundente, afirma que o autor já saiu da casa com a barra de ferro”, esclarece Brene.
A vítima, que teve traumatismo craniano, já teve alta do hospital e também deve ir à delegacia para ser ouvida. O autor ficará recolhido no presídio local, por força de uma prisão temporária de 30 dias, e segue afirmando legitima defesa.
“Foi legitima defesa também, ele veio pro meu lado e quando eu entrei em casa ainda chamei o SAMU”, afirma Jorlan.
O indiciamento do autor será feito por tentativa de homicídio. Atuaram no caso, além do delegado, o escrivão Paulo Emílio, os investigadores Nicole, Felipe, Sinval e Cleyton, e as estagiárias Gabriela e Larissa.
Relembre o caso clicando aqui.