O jornalista e empresário Rubens Caruso Junior navegava pela internet nesta semana quando fez uma descoberta fantástica. Ele encontrou, no site norte-americano de vendas eBay, um item com fotografias raras e históricas de Poços de Caldas. O álbum tem imagens e projetos de diversas construções populares da cidade.
Caruso contou que procurava por cartões-postais antigos e materiais para o site ‘Memória de Poços‘, que mantêm desde 2010 e oferece para a população, em especial os estudantes, o acesso a informações antigas. “Frequentemente pesquiso em sites de venda como eBay ou Mercado Livre em busca de alguma novidade”, diz.
Datado de 1930, o item foi colocado à venda por um morador de Montevidéu, no Uruguai, pelo valor de US$450, o que equivale a aproximadamente R$1,5 mil. A descrição postada no site tem imagens de algumas fotografias do álbum, entre elas da construção de prédios históricos, como o Palace Casino, o projeto das Thermas Antônio Carlos e o raríssimo anteprojeto do Templo das Fontes, que nunca saiu do papel.
Sem dinheiro para comprar o item para si mesmo, Caruso fazer uma postagem em sua própria página do Facebook para informar possíveis compradores da cidade sobre o item. “Infelizmente não cabe no meu orçamento, mas vale cada centavo de dólar que o vendedor pede”, comenta.
“Foi então que um amigo sugeriu que fizéssemos uma “vaquinha”, juntando o maior número possível de participantes, de modo que comprássemos a coleção com a condição que, após escaneadas e compartilhadas as imagens, fosse feita uma doação ao Museu Histórico de Poços”, conta.
Segundo Caruso, em apenas dois dias cerca de 20 pessoas se ofereceram para contribuir com a arrecadação e o próprio empresário até apresentou uma proposta ao vendedor. O problema é que o produto foi vendido hoje pela manhã para um comprador ainda desconhecido.
Ainda sem saber quem pode ter arrematado o item, Caruso torce para que o comprador misterioso não o mantenha em uma coleção pessoal. “O mundo do colecionismo é muito interessante, com todo tipo de pessoa, desde aqueles que compram objetos e passam a vida contemplando-os reservadamente, até os que abrem mão em favor da difusão do conhecimento que sua coleção agregue. Estou torcendo para que o comprador esteja no segundo grupo e, se não quiser doar o álbum, que ao menos publique as imagens, algumas delas nunca vistas na cidade. São pedaços representativos da história de Poços de Caldas que precisam chegar ao conhecimento do maior número possível de pessoas”, finaliza.