Um episódio de injúria racial durante uma partida de handebol em Campestre, no sul de Minas, deixou o público indignado. O fato ocorreu nesta quinta-feira (19), no primeiro dia da etapa zonal do Campeonato Mineiro Cadete de Handebol, que reúne equipes da região. Enquanto o time local enfrentava o de Poços de Caldas, uma jogadora do Campestre, de apenas 13 anos, sofreu insultos racistas de uma atleta adversária de 19 anos, que assistia ao jogo nas arquibancadas.
De acordo com a mãe da vítima, de 41 anos, a agressora chamou a adolescente de “macaca e gorila” sempre que ela tocava na bola. Ao confrontar a jovem, a mulher ouviu respostas irônicas. Em seguida, ela decidiu acionar a Polícia Militar. No entanto, quando os agentes chegaram ao ginásio poliesportivo, a suspeita já havia deixado o local.
Apesar da ausência da agressora, os militares colheram depoimentos das testemunhas e conseguiram identificar a autora, cujos dados pessoais já eram conhecidos. O boletim de ocorrência foi registrado e encaminhado à Polícia Civil para as medidas cabíveis.
Federação e prefeitura repudiam o racismo
A Federação Mineira de Handebol (FMH) emitiu uma nota condenando veementemente o ocorrido. “A FMH manifesta seu mais profundo repúdio a esse ato de racismo, que fere os valores do esporte e a dignidade humana”, afirmou a entidade, acrescentando que já iniciou uma apuração rigorosa e colabora com as autoridades.
A prefeitura de Campestre também se pronunciou, destacando que o caso não é isolado. “Uma jovem atleta foi vítima de ofensas racistas, uma grave violação aos direitos humanos”, disse o município, reforçando seu compromisso com ambientes esportivos inclusivos e respeitosos.
Enquanto isso, a Caldense, equipe de Poços de Caldas, venceu o jogo por 26 a 11. Os times se enfrentam novamente neste sábado (21), encerrando a fase classificatória do torneio.