O governo Paulo Ney (PSDB) completa 100 dias à frente da prefeitura de Poços de Caldas nesta quinta-feira (10). A administração atual tem enfrentado vários desafios, como a greve dos servidores e o rompimento de contrato com a Santa Casa de Salto de Pirapora. Por outro lado, a gestão também tem apresentado avanços, como criação da Divisão de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e Étnica e a conclusão do processo de mudança das Secretarias Municipais para o Centro Administrativo, gerando uma economia estimada de R$ 2,9 milhões em quatro anos.
Confira abaixo um resumo que o Poços Já preparou sobre este início de gestão.
Transporte público sem novidades
Em entrevista para o Poços Já, no final de 2024, o então prefeito eleito afirmou que teria uma solução para o transporte coletivo ainda no primeiro mês de mandato. Ele já declarou que é favorável a estabelecer um subsídio para redução do valor da tarifa, bem como aplicação de gratuidades. Porém, já no quarto mês de gestão, Paulo Ney não apresentou nenhuma proposta.
Rompimento de convênio
O prefeito Paulo Ney anunciou, dia 17 de janeiro, o rompimento de convênio com a Santa Casa de Salto de Pirapora (SP), que fazia a gestão dos serviços de saúde em Poços. A medida esteve nos holofotes durante semanas, movimentando diversos setores políticos.
Em entrevista coletiva, Paulo Ney afirmou que Pirapora estava ameaçando paralisar as atividades por conta da uma suposta falta de pagamento. Com o risco de interromper serviços essenciais, a prefeitura passou a gestão para a Santa Casa de Poços de Caldas.
A Justiça ficou do lado da prefeitura. Isso porque o Ministério Público deu parecer contrário a um mandado de segurança solicitado pela associação. Depois, a 2ª Vara Cível da Comarca de Poços der Caldas confirmou a legalidade da rescisão de convênio.
Igualdade racial
A criação da Divisão de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e Étnica representa um dos maiores avanços da gestão. A nova estrutura tem como objetivo planejar ações de cunho antirracista e identificar demandas imediatas existentes na cidade.
Sob comando de Nanci de Moraes, agora está ocorrendo o processo de criação da Rede da Igualdade Racial, que deve funcionar como um meio para discutir as políticas públicas necessárias.
Greve dos servidores
Servidores municipais ficaram seis dias em greve, entre 5 e 10 de março, devido a dificuldades para assinatura do Acordo Coletivo. A paralisação afetou 59 unidades de Saúde e Educação.
Após manifestações nas ruas centrais e em frente ao Centro Administrativo, o Sindicato dos Servidores públicos de Poços de Caldas (Sindserv) aceitou a proposta de reajuste salarial de 5%. Destes, 4,83% foram equivalentes à inflação e 0,17% referentes a ganho real. Já o vale-alimentação subiu de R$ 700 para R$ 780.
Clique aqui para saber os detalhes do Acordo Coletivo.
Denúncias de assédio moral
O Sindserv divulgou, agora em abril, que recebeu diversas denúncias envolvendo o secretário municipal de Administração Alexander Dannias.
De acordo com os relatos, o secretário tem adotado condutas arbitrárias, não trata os servidores com o devido respeito e tem causado um ambiente de trabalho considerado insalubre emocionalmente. A prefeitura afirmou que vai apurar o caso.
Sérgio Azevedo no DME
A nomeação do ex-prefeito Sérgio Azevedo para a presidência da DME Participações também gerou grandes desgastes para o prefeito Paulo Ney. Primeiramente, a Câmara de Poços de Caldas aprovou, em fevereiro, uma moção de repúdio apresentada pela vereadora Pastora Mel (União).
Na mesma semana, os parlamentares Diney Lenon (PT) e Tiago Mafra (PT) protocolaram um pedido de cassação do prefeito. Porém, a medida foi rejeitada pela Câmara e Paulo Ney classificou a tentativa como “politicagem suja”.
A justificativa da moção de repúdio e do pedido de cassação se baseia na Lei 13.303/2016, que estabelece regras para nomeações em estatais e proíbe a indicação de pessoas que participaram ativamente de campanhas eleitorais nos 36 meses anteriores.
Centro Administrativo
Outro desafio da gestão atual foi a mudança das Secretarias Municipais para o Centro Administrativo. Atualmente, todas as pastas estão instaladas no local. De acordo com a prefeitura, a centralização das atividades deve gerar uma economia estimada de R$ 2,9 milhões em quatro anos.
Jantar do DME
A mais nova polêmica desta administração é o jantar comemorativo de 70 anos do DME. O edital que explica a necessidade do evento é alvo de críticas na Câmara de Poços, que na sessão desta semana aprovou uma moção de repúdio.
De acordo com a DME Participações, o processo de contratação continua em andamento. O objetivo é que a festa tenha cerca de 600 pessoas e a empresa vencedora da licitação deve receber R$ 109 mil.
