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Brasil registra calor histórico no verão e natureza já não segura o aquecimento

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Brasil registra calor histórico no verão e natureza já não segura o aquecimento
Imagem ilustrativa (pixabay)

Os recordes de temperatura registrados no verão de 2024/2025 não são eventos isolados. Eles fazem parte de uma tendência global de aquecimento acelerado, cada vez mais difícil de conter. E o mais alarmante: até mesmo os mecanismos naturais que historicamente ajudavam a reduzir a concentração de CO₂ na atmosfera estão começando a falhar.

Verões extremos e sem freio

No Brasil, esse último verão foi o sexto mais quente desde 1961, como destacou o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Mesmo sob a influência da La Niña, um fenômeno que, em teoria, deveria atuar como um “freio climático”. A temperatura média do país ficou 0,34°C acima da média histórica. E o Sul brasileiro enfrentou três ondas consecutivas de calor, com picos extremos de temperatura.

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No cenário global, a média de temperatura entre março de 2024 e fevereiro de 2025 foi 1,59°C acima da era pré-industrial, ultrapassando sistematicamente o limite simbólico do Acordo de Paris. Mesmo meses tipicamente mais amenos estão se tornando excepcionais. Fevereiro de 2025, por exemplo, foi o terceiro mais quente já registrado no planeta, de acordo com o Copernicus/Era5.

Biosfera já não dá conta

Um estudo recente publicado por Curran e Curran (2024) analisou a famosa Curva de Keeling, que monitora a concentração de CO₂ na atmosfera. E revelou um dado preocupante: o sequestro natural de carbono feito pelas florestas do hemisfério norte atingiu seu pico em 2008 e está em queda desde então.

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Durante décadas, a vegetação do planeta ajudou a compensar parte das emissões humanas, absorvendo CO₂ durante o verão e liberando apenas uma fração no inverno. Mas isso está mudando. O estudo mostra que a capacidade de retirada anual de carbono da atmosfera está diminuindo cerca de 0,25% ao ano. O que significa que as emissões humanas têm hoje um impacto maior sobre o aumento da concentração de CO₂ do que tinham há 20 anos.

O cálculo do aquecimento global

Segundo os autores, se a vegetação mundial ainda sequestrasse carbono no ritmo dos anos 1960, o aumento anual de CO₂ na atmosfera hoje seria 24% menor. A taxa atual de crescimento das concentrações globais de CO₂ – cerca de +2,5 ppm por ano – poderia estar em torno de +1,9 ppm.

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A consequência disso é clara: mesmo que as emissões globais se mantivessem constantes, o planeta continuaria aquecendo cada vez mais rápido, porque a natureza perdeu parte da sua capacidade de equilibrar o sistema.

Crise é do clima e da natureza

A conclusão do estudo é direta: para compensar a perda do sequestro natural, seria necessário reduzir as emissões globais em 0,3% ao ano apenas para manter o ritmo atual de aquecimento. Isso é especialmente preocupante num cenário em que as emissões seguem subindo.

Enquanto o calor quebra recordes no Brasil e no mundo, a biodiversidade global entra em colapso. Com queimadas, desmatamento, ondas de calor, secas e tempestades afetando diretamente a vegetação que antes ajudava a frear o aquecimento.

Para o meteorologista Pedro Regoto, os recordes de temperatura que estamos vivenciando não são meras oscilações naturais. “Mas parte de uma tendência clara de aquecimento global acelerado. O mais preocupante é que até mesmo os mecanismos naturais que antes ajudavam a equilibrar o clima estão perdendo força. Precisamos agir agora, unindo ciência, tecnologia e políticas eficazes para mitigar esses impactos”.

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