A última semana marcou um dia de grande alegria e alívio para a família de Yan, um pequeno guerreiro que nasceu prematuro com apenas 26 semanas e seis dias, pesando 780 gramas. Após uma longa e difícil jornada na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI Neonatal) e na Pediatria da Santa Casa de Poços de Caldas, Yan finalmente pode ir para casa, pesando saudáveis 4.885 kg.
O bebê veio ao mundo dia 10 de novembro de 2023, por meio de uma cesárea de emergência. A expectativa de sobrevivência era baixa, com apenas 30% de chances, segundo os médicos. O pai de Yan, Robert Hugo de Souza Lobo, relembra com emoção os momentos de incerteza.
“A verdade é uma só: foi terrível! Porque um pouco antes dele nascer, nós tínhamos conversado com o médico e o médico falou que tinha 70% de chances dele falecer ou minha esposa falecer. E, graças a Deus, estamos agora indo para casa com ele”, disse.
Emoções e esperança
A mãe, Kathleen Lavignia Souza da Silva, compartilha a intensidade das emoções vividas desde a descoberta da gravidez até o dia do parto e os meses seguintes. “Eu nunca tive o sonho de ser mãe, nunca tinha passado na minha cabeça, mas quando eu descobri que eu estava grávida dele eu fiquei muito feliz. Desde o começo eu sabia que ia vir um menininho, só que eu planejei coisas diferentes, não planejei viver o que a gente viveu todo esse tempo”, conta ela que, no dia do parto, enfrentou um dos momentos mais difíceis de sua vida.
“Lembro até hoje que eu desci da maca e pedi para Nossa Senhora proteger eu e ele, porque eu tinha muito medo dele morrer e eu também. Ia acabar deixando o Robert sozinho. Então, foi muito difícil. Eu acordei e não vi ele, não senti ele. Só me falaram que meu filho estava na UTI, que ele tinha sobrevivido. Fiquei muito feliz, mas fiquei quatro dias na UTI, foi muito difícil”, relata Kathleen.
Após os primeiros dias críticos, Yan iniciou sua batalha contra a prematuridade na UTI Neonatal. A mãe descreve a experiência como uma montanha-russa de emoções. “Depois começou tudo, a gente veio para UTI Neonatal, eu conheci ele, começou a batalha contra a prematuridade, foram dias de angústias, choro, ansiedade, muitos sentimentos misturados, muito medo de perder, de alguma coisa acontecer, dele não resistir por conta do pulmãozinho, por conta do tamanhinho dele. Foi Deus, foi Deus todo dia ali, ajudando, cuidando. Deus, minha Nossa Senhora, minha Mãe Rainha que sempre esteve do nosso lado protegendo, abençoando”, acredita Kathleen.
Agradecimentos
A família agradece profundamente o apoio e o cuidado recebidos de toda a equipe do Hospital. “Agradeço muito, a todas as meninas da Neo, as meninas da Pediatria, que cuidaram muito bem dele, que sempre deram carinho, sempre deram amor, me ensinaram muita coisa, eu aprendi muita coisa desde então. Agradeço muito o apoio a todos, a psicóloga, fisioterapeutas, as enfermeiras todas, as enfermeiras chefes, os médicos”, agradeceu a mãe.
Indo para casa
Finalmente, no dia 25 de março, Yan foi transferido para a Pediatria, onde continuou sua recuperação até receber alta. O sentimento de gratidão e vitória é evidente nas palavras de Kathleen. “Agradeço muito, porque neste momento a gente realmente passa por um turbilhão, achamos que não ia dar certo, que ele não ia resistir, que ele ia acabar tendo alguma coisa. Mas, desde que ele nasceu, eu olhei na incubadora dele e vi que ele era mais forte do que ele imaginava. E todas as vezes que a gente via ele na incubadora, ele era pequenininho, mas colocava o peito para frente e mostrava que era forte. E, desde então, mantivemos a fé que ia dar tudo certo, Foram dias difíceis, muito angustiantes, uma dor que eu não sei nem como explicar, mas vencemos”, completa a mãe do guerreiro Yan.
A história de Yan é um testemunho de fé, resiliência e dedicação incansável dos profissionais da saúde da Santa Casa de Poços de Caldas. A família agora comemora a chance de viver em casa com o seu pequeno milagre, um símbolo de esperança e perseverança.