Dona Marilda Ferreira Cagnani, de 80 anos, sempre sonhou em voar de paraglider. Por morar próximo a Serra do Cristo, passava o tempo admirando os pilotos e imaginando o dia em que poderia fazer aquilo. Neste final de semana, ela realizou seu sonho e depois disso saiu renovada. “Não me falta mais nada”, garante.
Marilda conta que sempre brincou com os filhos e netos sobre a possibilidade de voar, e no início deste ano um filho prometeu que a levaria. No entanto, o marido demonstrava certa preocupação com voo e ela foi adiando, até que neste final de semana, após um almoço em família, com dois filhos e dois netos, ela resolver ir. “Meu filho me disse, ‘vamos hoje’, meu marido continuou relutante, mas eu queria ir, então pedi pra ele ficar em casa e fomos”, conta.
Na rampa de glider, ela estava toda animada e determinou que seria a primeira a saltar, já que toda a família iria também. Eufórica como estava, ninguém não acreditavam que ela iria mesmo saltar. “Era meu sonho, sempre morri de vontade”, revela.
Com a decisão tomada, Marilda recebeu as orientações do instrutor e se jogou. “Foi maravilho, a sensação mais linda que vivi, é tudo tranqüilo, fiquei encantada, eu estava voando e me sentia flutuando no céu”, descreve.
Falante e animada, houve um momento em que Dona Marilda se calou. O instrutor, preocupado, perguntou se havia algum problema, mas uma vez, ela sorriu e disse que estava extasiada, por isso estava calada. “Depois dessa experiência, não me falta mais nada. Tenho uma vida boa com meu marido, três filhos, sete netos, um bisneto e agora tenho essa experiência incrível para contar”.
O voo programado para durar 10 minutos, Dona Marilda brinca e diz que o piloto quis deixar a ‘velha’ mais tempo no ar. Os 17 minutos foram mais do que uma aventura, Dona Marilda diz que serviu de autoconhecimento.