A Companhia de Reis do Córrego D’antas entra na capela de Santos Reis, com Sebastiana Alves à frente. Ela carrega a bandeira e cede um pouco do pano para cada fiel que deseja beijar a imagem. Prestes a chegar ao altar, o cortejo para. Uma senhora, emocionada, coloca com cuidado algumas fitas coloridas na bandeira. É Olinda Rodrigues, grande devota dos três reis magos.
Quando começa a contar a história, os olhos dela já se enchem d’água. Olinda lembra que, há 30 anos, estava angustiada com a situação da nora, com depressão e mãe de um recém-nascido. O tratamento em Campinas (SP) não estava dando certo e a cada dia a esperança diminuía.
Tudo mudou quando a sogra foi visitar uma amiga. Na ocasião, ela promovia um almoço para uma companhia de Folia de Reis. Esse foi o momento em que Olinda pediu a intervenção dos santos. “Chorando, eu falei com Santos Reis que se eles libertassem a minha nora, porque ela tinha um filho pequeno para cuidar, eu ia dar um almoço também no outro ano”, lembra.
Ela conta que no dia seguinte já houve melhora. “Meu filho falou: mãe, de ontem pra cá ela ficou boa. Está cuidando do menino, está trabalhando”.
No ano seguinte, a promessa foi cumprida. Desde então, em todos os dias de Santos Reis ela também tem a responsbilidade de levar três metros de fita e pendurá-los na bandeira. “Mas eu ponho mais, sabe? Eu tenho muita fé nos Santos Reis. No dia que eu me for, não deixo encargo para ninguém. Eu vou ter cumprido meu encargo com os Santos Reis”.
Dona Sebastiana, que carrega a bandeira para a Cia. do Córrego D’antas, tem a companhia do filho e do neto. “Me sinto muito feliz no Dia de Reis, porque recebo muitas graças. Na minha família, quase todos são foliões. Tem que dar continuação com os que estão vindo, a devoção não pode acabar”.
A capela de Santos Reis fica na Rua Coronel Virgílio Silva e está aberta durante todo o dia para os fiéis e companhias. A próxima missa será às 19h30.