“É bem lixo, lixo demais, muito lixo”. É assim que o gari Clodoaldo Daniel Carlos define o produto do Carnaval. A reportagem do Poços Já Cidade conversou com ele na Praça dos Macacos por volta das quatro horas da madrugada desta segunda-feira (12), horário em que as ruas já estão desertas e os foliões dormem tranquilos.
Ele revela que o caminhão, com capacidade para 12 toneladas, termina a jornada praticamente cheio, todos os dias de folia. O trabalho começa às 21h e termina por volta das 6h. A equipe, formada por cerca de 20 garis, passa pelos principais pontos carnavalescos e se organiza para conseguir deixar tudo limpo até que a festa recomece. Os varredores juntam o lixo, que é levado pelas carroças até o caminhão. Depois, é transportado para uma empresa de reciclagem.
O chão, que antes tinha um tapete de confete e serpentina, além das incontáveis latinhas de cerveja, fica com poucos resquícios. Para mudar esse cenário são quase três horas de varreção, antes do caminhão pipa concluir o serviço.
Clodoaldo executa o ofício há 25 anos e reclama, com razão. Afinal, evitar essa sujeirada é fácil. “Todo ano põe tambor, mas não jogam neles. A prefeitura espalha pela cidade, mas não jogam de jeito nenhum”.
Nesta segunda-feira de Carnaval, os foliões vão recomeçar o ciclo do lixo. Alguns, sem saber que o trabalho para que a cidade se mantenha limpa é árduo. “O povo suja, mas a cidade amanhece limpinha. É uma coisa interessante, não fica sujeira”, resume Clodoaldo.