“Mudou tudo na nossa vida”, desabafa a professora Paloma Sanches de Assis ao lado do marido Rullyan. Diagnosticado com um tipo raro de leucemia em junho do ano passado, o empresário precisou se afastar do emprego para passar pelo tratamento, que envolve mais de vinte cápsulas de remédios por dia, além da quimio e radioterapia. “Você precisa ter uma maior higienização, uma alimentação diferenciada, os cuidados são todos para ele agora. Tudo tem que ser de acordo com o que ele pode”, conta.
A descoberta da doença, conhecida como leucemia-linfoma das células T, foi feita depois que Rullyan procurou um hospital por causa de um resfriado. “Ele começou a passar mal de um resfriado e a gente foi no hospital. Apareceu um caroço, mas o médico disse que provavelmente era por conta da gripe. Quando acabou o ciclo do remédio, o estômago dele já estava saturado e voltamos no hospital para ele tomar um soro. Fizeram um exame de sangue e viram que ele estava com uma infecção grave. A princípio, eles acharam que era infecção de urina, algum problema nos rins, e o internaram no dia 12 de junho. Uma semana depois, ele já estava no CTI e vimos que já era a doença se manifestando”, relata.
O empresário é o 31º diagnosticado no Brasil com este tipo de leucemia e agora está à procura de um doador de medula óssea compatível para realizar um transplante. Segundo Paloma, todos os familiares fizeram cadastro e testes, mas infelizmente nenhum pode doar para Rullyan. “A única chance que a gente tem agora é um transplante de medula óssea. Mas não somos compatíveis”.
Por isso, foi feita uma campanha via internet, através da página do Facebook “Medula para o Rullyan” e a família se une a amigos para realização do dia R (Dia do Rullyan), que será em 11 de fevereiro. “É importante salientar que essa busca de medula, quando a gente está fazendo essa campanha, a gente está fazendo uma campanha mundial, porque podemos achar doadores para outras pessoas que estão nesta mesma situação que a gente, às vezes pior que a nossa”, finaliza.
A campanha agora tem a adesão de personalidades como o cantor Lobão, o ex-jogador de futebol Amaral e o vencedor da terceira edição do Masterchef Brasil, Leo Young, gravaram vídeos de apoio.
Sobre o transplante de medula óssea
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), as chances de se conseguir um doador de medula óssea compatível é de uma em cem mil. Os interessados em doar precisam cumprir alguns pré-requisitos como ter entre 18 e 55 anos, ter boa saúde e não ter nenhuma doença infecciosa ou incapacitante.
Depois do preenchimento de um cadastro serão coletados 5ml de sangue para testes. Caso seja compatível com algum paciente, o doador será acionado e fará a retirada do interior de ossos da bacia, por meio de punções que se recompõe em apenas 15 dias.
No entanto, os doadores precisam se lembrar de sempre atualizar o cadastro no Redome, para que possa ser acionado caso seja compatível com algum paciente.