
A corrida pelo Senado em Minas Gerais em 2026 começa a ganhar contornos mais definidos. Com duas vagas em disputa, os principais partidos já articulam candidaturas que prometem misturar figuras conhecidas, apostas em renovação e disputas internas intensas.
No campo progressista, o Partido dos Trabalhadores (PT) tenta equilibrar estratégia e competitividade. O deputado federal Reginaldo Lopes, que desistiu de disputar o Senado em 2022 para coordenar a campanha de Lula em Minas, volta a ser um dos principais nomes cotados. Vice-líder do governo na Câmara e com forte presença no estado, Lopes busca agora transformar influência em votos.
Outra figura de destaque é Marília Campos, prefeita de Contagem. A petista, que vem sendo sondada pela direção nacional do partido, inclusive para o governo de Minas, sinalizou que prefere mirar o Senado. Campos é considerada uma liderança sólida da esquerda mineira, com base popular e trajetória ligada à gestão pública.
Já o PSOL trabalha para se recolocar na disputa com Áurea Carolina, ex-deputada federal por Minas Gerais e ex-vereadora em BH. Ligada à pauta da diversidade, juventude e igualdade racial, ela estuda retornar à legenda e disputar uma das vagas, fortalecendo o campo progressista na eleição.
Pesquisa Real Time Big Data
Segundo levantamento do Real Time Big Data, divulgado em 18 de agosto, a disputa está aberta, mas com nomes em potencial. No primeiro cenário testado, Marília Campos (PT) lidera com 19%, seguida por Carlos Viana (Podemos), com 18%, e Alexandre Silveira (PSD), com 14%.
Outros nomes lembrados são o jornalista Eduardo Costa (Cidadania), com 12%, Marcelo Aro (PP), com 11%, Eros Biondini (PL) e Áurea Carolina (PSOL), ambos com 7%, além de Domingos Sávio (PL), com 6%.
Nos cenários seguintes, Viana mantém a liderança numérica, com empates técnicos envolvendo Silveira, Aro e Eduardo Costa, indicando um quadro ainda indefinido. A pesquisa ouviu 1,5 mil eleitores entre os dias 11 e 13 de agosto e tem margem de erro de três pontos percentuais.
Disputa interna e polêmicas fragilizam o bolsonarismo mineiro
No campo bolsonarista, a situação é turbulenta. O Partido Liberal (PL) vive uma crise interna provocada pela multiplicação de nomes.
O deputado federal Domingos Sávio foi apresentado como o nome oficial da legenda e recebeu a benção do ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente em prisão domiciliar. Mesmo assim, novas candidaturas surgiram, como a do deputado estadual Cristiano Caporezzo, também apoiado por Bolsonaro. E a do comunicador Marco Antônio “Superman”, que provocou uma crise no PL de Minas Gerais ao se referir a quadros do partido como “centrão”.
Outros nomes da sigla, como Eros Biondini, ligado ao segmento católico, e Zé Vitor, presidente da Comissão de Saúde da Câmara Federal, mantêm articulações silenciosas. Enquanto o vereador da capital mineira Vile dos Santos tenta expandir sua visibilidade estadual.
A crise no PL também ganhou contornos públicos após o deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) afirmar que “Superman” poderia migrar para o Novo. O que expôs a fragilidade das alianças.
Além da divisão, os principais nomes do partido enfrentam polêmicas. Domingos Sávio é um dos acusados de quebra de decoro por invadir a Mesa Diretora da Câmara em agosto e defender a anistia a golpistas do 8 de janeiro.
Eros Biondini destinou R$ 5 milhões em emendas a uma entidade investigada na CPMI que apura descontos irregulares em benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e figura em levantamento da PUC-MG entre os deputados que mais votaram contra direitos sociais entre 2019 e 2022. Caporezzo, por sua vez, já chegou a apresentar um pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes.
Republicanos, PSD e outros partidos buscam alternativas
Enquanto o PL enfrenta divisões, outros partidos tentam consolidar estratégias. O Republicanos oficializou a pré-candidatura do deputado federal Euclydes Pettersen, apoiado pelo senador Cleitinho Azevedo.
No PSD, o senador Alexandre Silveira trabalha para viabilizar seu retorno. Derrotado em 2022, ele tenta recompor alianças e ainda avalia seu futuro político.
O Podemos deve lançar Carlos Viana, atual presidente da CPMI do INSS, que busca garantir sobrevida política após perder o governo de Minas em 2022 e a prefeitura de BH em 2024.
Outros nomes, como Marcelo Aro (PP), hoje secretário de Estado de Governo de Romeu Zema, e o jornalista Eduardo Costa (Cidadania), também aparecem entre os cotados.
Já o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), que encerra o mandato em 2026, está em vias de migrar para o MDB e disputar o governo de Minas, após filiação de Mateus Simões, vice-governador de MG ao PSD. Ou aceitar uma eventual indicação do presidente Lula ao Supremo Tribunal Federal (STF).
(Fonte: https://www.brasildefato.com.br/)








