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Audiência pública sobre fim das charretes termina em tumulto

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Audiência pública fim das charretes
Membros da causa animal e apoiadores dos charretistas se manifestaram (fotos: João Araújo/Poços Já)

A audiência pública sobre a proibição das charretes de tração animal em Poços de Caldas foi encerrada antes do tempo, na noite de terça-feira (13). O vereador Diney Lenon (PT), que propôs o evento, concluiu a audiência cerca de 1h40 após o início. Porém, a previsão era de que a reunião durasse quatro horas.

O plenário da Câmara ficou lotado de moradores de Poços de Caldas, divididos entre apoiadores dos charretistas e ativistas e simpatizantes da causa animal. O principal objetivo da audiência foi ouvir os charretistas antes que a lei que proíbe este serviço seja votada pelos vereadores (saiba mais sobre o projeto clicando aqui).

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Audiência pública fim das charretes
Plenário da Câmara ficou lotado

A Associação dos Condutores de Veículo de Tração Animal, em nota, lamentou “que a audiência tenha sido encerrada sem que as autoridades presentes apresentassem propostas concretas ou medidas efetivas para viabilizar o processo de transição, indenização e manutenção da dignidade dos trabalhadores e de seus animais, pontos centrais que deveriam nortear o debate”.

Além disso, a associação alega que um dos charretistas presentes foi alvo de injúria racial. O Coletivo da Causa Animal de Poços de Caldas nega que isso tenha acontecido. “É importante esclarecer que não houve prática de injúria racial por parte de nenhum representante ou ativista da causa animal. Qualquer acusação nesse sentido carece de comprovação e não deve ser utilizada para desviar o foco central do debate: a defesa do bem-estar dos animais”, declarou o coletivo em nota.

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A audiência

Audiência pública fim das charretes
Vereador Diney Lenon propôs o evento

A mesa da audiência pública teve os seguintes nomes na composição: Silas Cordeiro, membro da Associação dos Condutores de Veículos de Tração Animal; Gabriela Cordeiro, advogada; Douglas Moreira, representante da Secretaria Municipal de Segurança Pública e Mobilidade Urbana; Franco Martins, secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho; Stefano Zincone, secretário municipal de Meio Ambiente; Marcelo Brigagão, advogado; Waldir Miguel, presidente da Associação dos Hotéis de Poços de Caldas e
Maria Gabriela D’arcádia, médica veterinária.

O secretário municipal de Meio Ambiente fez um discurso favorável ao fim das charretes: “Elas representam um elo com o passado, em um tempo em que as alternativas eram limitadas. Porém, o tempo avança e, com ele, a nossa compreensão sobre o impacto das nossas ações”. Para Stefano Zincone, “preservar a tradição não significa manter práticas que possam causar dor e perturbação urbana”.

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Por fim, o secretário apontou que o projeto de charretes elétricas será a melhor alternativa. “Temos a chance de adotar soluções inovadoras e mais sustentáveis, que ao mesmo tempo mantêm a tradição, o encanto e a beleza dos nossos passeios”, comentou.

Por outro lado, Silas Cordeiro, membro da Associação dos Condutores de Veículos de Tração Animal de Poços de Caldas, relatou que até o momento não houve qualquer indício de que os charretistas poderão conduzir as carruagens elétricas. “Não fomos convidados nem para chegar perto de uma”, reclamou.

Quando à inclusão dos charretistas no mercado de trabalho, o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico certificou que “geração de emprego e oportunidades vão ter para todo mundo”.

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A audiência pública pode ser vista, na íntegra, neste link. Veja abaixo as notas divulgadas pelo Coletivo da Causa Animal e pela Associação dos Condutores de Veículo de Tração Animal.

Nota Pública em favor dos protetores da causa animal de Poços de Caldas

O Coletivo da Causa Animal vem a público se manifestar sobre os lamentáveis episódios ocorridos durante a audiência pública que discutiu o Projeto de Lei nº 18/2025, que visa a extinção das charretes em Poços de Caldas.

Ressaltamos, primeiramente, que, durante a audiência, não houve desrespeito por parte dos protetores da causa animal. As manifestações ocorreram diante de inverdades e informações distorcidas apresentadas por alguns charretistas e outros manifestantes. E representaram legítima reação a falas que não condizem com a realidade documentada por fiscalizações, laudos, estudos e denúncias sobre as condições dos cavalos.

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A defesa dos animais não se opõe à dignidade dos trabalhadores, mas quer que o poder público assegure medidas de transição justa, com capacitação, alternativas de renda e amparo social, No entanto, nosso foco é, e sempre será, o bem-estar dos cavalos e o fim da escravidão nas charretes.

O movimento pela substituição das charretes por alternativas éticas e seguras é respaldado por legislações nacionais e tratados internacionais que reconhecem os animais como seres sencientes, capazes de sentir dor e sofrimento. A luta dos protetores é movida por princípios de compaixão, responsabilidade e respeito à vida, valores que devem nortear qualquer debate democrático.

Sobre o comportamento durante a audiência

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Reafirmamos nosso compromisso com o debate democrático e respeitoso, repudiando qualquer forma de agressão, seja verbal ou física. No entanto, é importante ressaltar que a indignação dos ativistas reflete anos de sofrimento animal e a urgência de uma transição justa, tanto para os animais quanto para os trabalhadores envolvidos.

Sobre as acusações de injúria racial

Também é importante esclarecer que não houve prática de injúria racial por parte de nenhum representante ou ativista da causa animal. Qualquer acusação nesse sentido carece de comprovação e não deve ser utilizada para desviar o foco central do debate: a defesa do bem-estar dos animais.

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Sobre o futuro do debate

Queremos que os vereadores retomem as discussões com seriedade e votem a favor do projeto do Executivo, garantindo espaço para todos os lados, mas sem perder de vista o principal: o fim de uma prática cruel e arcaica, já abolida em diversas cidades progressistas.

O movimento pela causa animal não recuará na luta por um mundo mais justo e compassivo. Seguimos firmemente comprometidos com a não-violência e o diálogo construtivo.

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Reafirmamos que desejamos que Poços de Caldas avance rumo a um modelo de transporte turístico que preserve tanto o sustento das pessoas quanto o bem-estar dos animais. Nesse sentido, reiteramos nosso apoio aos protetores da causa animal e à continuidade da luta por um futuro mais humano e compassivo para todos.

Coletivo da Causa Animal
Pela libertação dos cavalos das charretes

Nota Pública da Associação dos Condutores de Veículo de Tração Animal- Audiência sobre o Projeto de Lei nº 18/2025

Na audiência pública realizada nesta quarta-feira, destinada a debater o Projeto de Lei nº 18/2025 que trata da extinção das charretes em Poços de Caldas, infelizmente presenciamos episódios de desrespeito e intimidação que comprometeram o ambiente democrático e o objetivo do encontro.

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Desde o início, parte do público ligado à causa da proteção animal adotou postura hostil, interrompendo falas e dificultando o andamento dos trabalhos. Em determinado momento, uma representante desceu até os charretistas para confrontá-los diretamente, gerando clima de tensão. O vereador Tiago Mafra, diante da situação, solicitou que, caso houvesse nova ocorrência, a audiência fosse encerrada. Após breve trégua, a fala do charretista Silas Cordeiro foi novamente marcada por provocações, culminando na descida de ativistas do piso superior que, ao se retirarem, passaram a proferir insultos e humilhações contra os trabalhadores.

Esse comportamento resultou em um princípio de confronto físico. Há, ainda, o relato do charretista Luís, que afirma ter sido alvo de injúria racial por parte de um ativista da causa animal, o que, se confirmado, constitui crime grave previsto na legislação brasileira.

Lamentamos que a audiência tenha sido encerrada sem que as autoridades presentes apresentassem propostas concretas ou medidas efetivas para viabilizar o processo de transição, indenização e manutenção da dignidade dos trabalhadores e de seus animais, pontos centrais que deveriam nortear o debate.

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Reafirmamos nosso compromisso com a defesa dos direitos dos charretistas e de suas famílias, bem como com a busca por soluções equilibradas e respeitosas, e cobramos das autoridades investigação rigorosa dos episódios ocorridos, especialmente das ofensas de cunho racial, que não podem ser toleradas em hipótese alguma.

Associação dos Condutores de Veículo de Tração Animal

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