
A Câmara de Poços de Caldas aprovou, na sessão desta terça-feira (20), três moções de apelo referentes às barragens das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), em Caldas, classificadas neste mês com nível 1 de emergência pela Agência Nacional de Mineração (ANM). Os vereadores também marcaram uma visita ao local para 10 de julho.
A visita foi agendada durante uma reunião emergencial da Comissão das Águas segunda-feira (19). “A Câmara Municipal está muito atenta a esta questão e nós vamos acompanhar de perto. Inclusive, já marcamos uma visita no próximo dia 10 de julho, na INB, para verificar in loco se tudo que foi dito na apresentação da INB está convergindo de fato com o que está sendo apresentado”, informou o presidente da Câmara Douglas Dofu (União).
A reunião emergencial teve a participação do gerente de descomissionamento da unidade de Caldas, João Viçoso da Silva Júnior, que explicou a situação das barragens de rejeitos e D4, ambas enquadradas no nível 1 de emergência. “É uma situação que vai demandar, além de muito recurso, uma atenção especial. Se está em nível 1 hoje e não fizerem nada, com o tempo é claro que vai haver uma evolução”, comentou a vereadora Regina Cioffi (PP).
Ainda de acordo com a parlamentar, a reunião também teve como resultado o compromisso da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) em vistoriar o rio das Antas. A preocupação é que algum material radioativo possa contaminar as águas que abastecem Poços de Caldas.
Moções
A sessão desta semana aprovou três moções de apelo, inclusive com o objetivo de solicitar oficialmente que sejam cumpridos os compromissos firmados durante a reunião emergencial.
As moções, assinadas por Douglas Dofu e Regina Cioffi, foram aprovadas por unanimidade, e solicitam: fiscalização da ANM e medidas emergenciais na barragem D4, para evitar contaminação do Rio das Antas; monitoramento da CNEN nas águas do ribeirão das Antas e das represas Bortolan e Cipó; esclarecimentos da INB sobre as ações que serão realizadas para retirar a barragem D4 do nível 1 de emergência.
Técnicos da ANM estão desde ontem realizando uma vistoria na INB. De acordo com a agência, os motivos de classificação negativa são ausência de dados técnicos para o cálculo do fator de segurança, borda livre insuficiente e assoreamento do reservatório.
Em nota, a INB descartou o risco de rompimento.